domingo, 19 de dezembro de 2010

Preparativos da Ceia de Natal

Este ano acabou-se o bacalhau sensaborão. O perú com castanhas, o peru sem castanhas, o lombo recheado e outros quejandos. Este ano, vai ser em bom! Uma coisa como deve ser...de "Chef".
Em assim sendo, tratei de recortar o respectivo receituário que passo a estudar com afinco...
RECEITA:
Perú Recheado do Chefe Vintém
1 perú
1 galinha
1 pato mudo (tenho que tentar entabular a conversação a ver se ele se queda)
1 fraca (é uma galinha da índia daquelas que cirandam pelos jardins públicos...fácil :) )
1 perdiz
1 rola
1 tordo
alhos
sal
azeite
pimenta preta
sementes de funcho
salsa
vinho branco

depois...dessossam-se todas as peças, deixando-as com a pele inteira sem abrir ao meio (tarefa para a Sand..)
Tempera-se com todos os ingredientes e deixa-se a marinar 12 a 14 horas (aqui entra o despertador e umas pequenas contas para não ter que acordar...a Sand, às três da manhã. Enfim...também não é um drama)
A aves são então metidas umas dentro das outras, da maior-o peru- até à mais pequena- o tordo
Aqui levantam-se alguns problemas...e se o pato é maior que o peru? E se a perdiz é maior que a fraca?
Coloca-se tudo no forno durante 4 horas, esfria-se e serve-se frio em fatias finas com o molho muito quente...pois, a alternativa é enfiar o "costume" na panela e pronto. Não queriam mais nada e lá se ia o meu natal chique não?!
Facílimo!
Começo já pela caça ao tordo e pela conversa com o pato!

2 comentários:

  1. Senhora Marquesa:
    Na aflição que me suscita a sua Consoada, tenho de adiantar algo sobre esse pantagruélico repasto. O recheio não se faz da maior ave para a menor, mas ao invés.
    Somente, há problemas terriveis a resolver. Por exemplo: se o pato mudo for macho, não cabe dentro da galinha; se esta não for fémea, o dito pato não a envolve no seu abraço recheante.
    É sempre preciso atentar no sexo do recheio!

    Adianto alternativas, dada a minha condição de mestre culinário.
    Uma seria sacrificar o pato e arranjar um capão de Freamunde. Isso sim, até com a economia de dispensar o perú estúpido e de carne tão seca.
    Outra, consistiria na mais arrojada inovação gourmet. Nada senão ir Alentejo fora, sempre em frente, sem mudar de direcção, sempre, sempre, parando só aí por Castro Verde. Sair á esquerda ou direita no primeiro descampado e dar com o bando de abetardas. Colher uma apenas. Chega, não há que desperdiçar. E do tordo á abetarda, passando pela perdiz, pombinha, galinha, pato - até esse requinte, ainda levava como prémio do esforço uma visita do Mestre Hélio. Como sabe, o cozinheiro da Casa Real. Veja só a honra!
    Última alternativa: anda por aí uma avestruz enorme, segundo ela própria muito tenrinha. daquelas de cabeleira e perna altíssima, facilmente apanháveis. Ora aí, bastava meter o saco de aves todos no bucho da gigante (eu acho que ela até ia gostar..) e servi-la com tapas e vinho tinto da região Oeste Um sucesso sem precedentes.
    V. Ex.cia só não me peça para caçar a avestruz: de momento tenho a carabina a consertar e não gosto de matar bichos à paulada.
    Com os melhores cumprimentos, creia-me,
    De V. Ex.cia
    João Afonso Machado

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  2. Tem V. Excia toda a razão...então não é que baralhei. Mas ajeito o lorgnon e cuida V. Excia que descortino...pois que não. Que não descortino nada. Aliás o problema que V. Excia levanta é pertinente mas haveria muitos mais para levantar: o tordo e a rola por exemplo..depois de depenados e dessossados, mas sem tirar a pele e abrir ao meio, que tamanho apresentam?
    Não, não lhe peço para caçar o animal. Isso seria um abuso. Mas tenho meios de dar com ele, acredite. Já me disseram que bem enfia a cabeça na areia, mas eu dou com ele, olá se dou. sem a minha ceia de natal especial é que eu não fico!

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