segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Todos os sessenta e cinco Verões da sua infância



Somando, todos os sessenta e cinco Verões da sua infância, seriam aproximadamente as mesmas madrugadas, os mesmos raios de sol, as mesmas partidas e as respectivas chegadas, de que sempre se lembrara. Ou catalogando.
Os exactos sessenta e cinco verões da sua infância, dariam lugar aos mesmos plátanos que se desfaziam subitamente  no ar. Aos mesmos Natais, que se refaziam, dentro da sala aquecida, pelas mesmas brasas. Ou por outras, tão semelhantes, eu  sei lá...
Somando todos os sessenta e cinco Verões da sua infância, a tempo, de nunca, mas nunca,  a deixar perecer...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

La mano








A terra era terra e a terra era pó.
Era de avidez de água,
De sombra e  limite.
A terra era terra.
Sempre,
Seguramente...
Só!



terça-feira, 10 de setembro de 2013

Curvas, de encontro às janelas




Sabia que existiam. Tinham-lhe contado.
Partes arredondadas do mundo que entrevia, por detrás dos pesados reposteiros, com borlas do feitio da lua, de cada lado, desbotadas.
Sabia que existiam, mas nunca as tinha visto.
Não porque não as procurasse insistentemente.
Curvas. Contracurvas.
Bocados côncavos e convexos de mundo que chocavam com as portadas, bem cerradas, das suas janelas.
Agrupavam-se lá fora, sabia, numa imensidão. Como se o mundo se pudesse fazer, para lá de todas as rectas. Não obstante,  as paralelas…