quarta-feira, 30 de julho de 2014

Em fissura de infinito



Desmembrei-me de todas as curvas da minha vida. Menos de uma: aquela que me pareceu revelar, lá bem no fundo, uma pequeníssima fissura de infinito…
Estreita, é certo. “Entre calada” de muito antes e de tanto porém. Mesmo assim, uma curva com uma pequeníssima fissura de infinito. Aconchegada ao canto supremo do olhar.
Sinfonia com a largura do tempo, pensei eu.
De todo o tempo, que um dia passará a correr, por dentro de mim.
De resto, nada mais haveria nessa paisagem. Feita de rectas. Absolutamente semibreves

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Sem lugar de mim



Deixei os soluços, as lágrimas e o vento que me abraçava a garganta, atrás da porta.
Para dentro, trouxe apenas uma brisa ténue, sem nenhum rasto de mim...
Depois, simplesmente, adormeci.



(o quadro é do pintor Eduardo Naranjo)