terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Órfã Do Seu Rumo

IV
  Quem não se recorda?,as novidades chegavam em profusão, provenientes do outro extremo do continente. Era o desmascarar de uma farsa monumental, da tirania escondida sob a retórica dos chavões.
Qual democracia, qual igualdade?!
  Ainda esboçaram a sua defesa os de cá. mningâncias do Imperialismo, argumentavam, artifícios da Reacção, agora e sempre a força poderosíssima do capitalismo. Conceitos ideológicos quase tornados gente - alvos a abater - com nome próprio, muita ruindade no espírito e a bolsa a abarrotar do dinheiro roubado ao povo espezinhado.
  mas o discurso perdera impacto, ninguém convencia já(...)

João Afonso Machado in "Contos do Tempo"

2 comentários:

  1. Nada de confusões com neo-realismos e reaccionarismos. Esse conto não é político. Dá as minhas voltas de cabeça a um enigma que nunca decifrei: qual o ânimus vivendi dum descrente? Porquê viver?

    João Afonso Machado

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  2. Nunca poderia ser politico o conto de um poeta.:)

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