Era uma porta de luz
numa taberna de esquina,
um chão debaixo da rua
com mesas de lua branca,
de esperarem, feitas em gêlo...
era uma voz de menina
de lá de dentro a cantar,
a fugir pró céu da rua...
eram as horas vazias,
coalhadas, esmagadas
dos disformes monstruosos...
eram degraus que me esperavam
e fachadas que fechavam
todas as ruas por onde
os meus passos acusavam!...
Branquinho da Fonseca in "Mar Coalhado" Coimbra, Imprensa da Universidade, 1932
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