Sentou-se na beira da maca. Com a leveza de quem não quer que lhe atravessem as barreiras do silêncio.
Sabia que tinha que ser assim. Há muito tempo que sabia que tinha que ser assim.
Um angústia surda invadia-lhe o peito...não se queria esquecer desse beijo. Nem do cheiro a terra molhada. Nem de acordar a tempo de ainda revolver os lençóis, antes de um duche apressado.
O tempero do fim de semana, no destempero dela.
Adiara o que fora possível. Até ouvir borboletas a todas as horas e quase não poder conter as emoções.
Sem espaço de manobra quedara-se agora ali, no absurdo da beira da maca. Vestido da única esperança possível numa situação dessas.
Que não fosse o sonho de amar. Nem o de ser gostado. Nem o de ouvir Malher, nem o de lhe dar um beijo e outro e outro, debaixo da chuva.
Via já a mesa de instrumentos.
Dissecadores de sonhos, de todas as medidas, com todos os feitios.
Perguntavam-lhe o nome
- Chamo-me o que quiserem. Mas só não me tirem o sonho de... SER
Acordou dois dias depois... ESTAVA.
Tão bonita esta prosa.
ResponderEliminarTem uma mistura delicodoce e ao mesmo tempo amarga.
Se calhar não descodifiquei bem mas gostei.
Abraço!
Ana,
ResponderEliminarAinda bem que gosta.
Escrevo assim...talvez para que cada um descodifique à sua maneira.
Obrigada
Bj
A sua escrita é muito diferente de tudo quanto leio.
ResponderEliminarUma escrita artística, cheia de imaginação, sensualidade e profundidade.
Parabéns. Gosto mesmo muito
Cumprimentos
Vasco Correia
Vasco Correia,
ResponderEliminarObrigada pelas suas amáveis palavras.
Cumprimentos
Ser e Estar.
ResponderEliminarUma forma incomparável de encarar estas duas realidades...ou então este sonho de ser e estar.
Adoro a sua escrita.
Bj
Olinda
Obrigada Olinda.
ResponderEliminarSempre um estímulo as suas palavras.
Bj