Quando somos pequenos, sonhamos a cores e sem horizonte definido. Os sonhos são para lá de tudo o que imaginamos. Fazem-nos cócegas aos dias e embalam-nos os sorrisos quando dormimos.
Vivem desfocados, esses sonhos. E, perdidos no meio de tudo. Sendo que por isso são grandes. Do tamanho que quisermos.
Depois vão tomando forma e perdendo espaço, nos dias que correm...Uma ou outra vez , conseguem-se elevar em castelos, de calda de açúcar, para além de quase tudo, ainda. Tornam-se reais por minutos que seja. São os sonhos de contos de fadas tornados vidas. Os sonhos de mãos dadas.
Mas o tempo, sempre o tempo, vai-os empurrando para dentro de um baú sem cor, que se chama quotidiano. Ficam por lá à espera...já sem os horizontes de outrora....meios desbotados.
Quase todos, um dia, perdemos a chave do baú...não tendo cópia guardada, lá dentro, os sonhos definham. Numa espera infinita, de uma chave mestra.
São raras, ou são caras . São efémeras, ou são de outros, as chaves mestras dos baús das nossas vidas e, dos sonhos que vão morrendo, dentro deles.
George Sand
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