É simultâneamente estranha e gratificante a sensação de revisitar. Revisitar lugares, tempos, paisagens. Como se os sonhos se recuperassem intactos numa maré, vinte ou trinta anos depois...
O movimento perpétuo da ondulação reconduz-nos os passos, no mesmíssimo horizonte, onde por um acaso, largámos esse bocado de vida.
Ficou lá, suspenso, na ponta de uma papagaio de papel: corpo de horas, cauda de minutos e laços coloridos, alinhados nos segundos, dos muitos que povoam o nosso tempo. Todos os tempos por onde vamos passando.
Mas não nos enganemos: os matizados são ligeiramente diferentes. Mais não seja, por causa da tela...exposta a todas as intempéries. E, pelo formato da concha das nossas mãos. Gastas, enrijecidas, acabrunhadas. Quando outrora eram leves e de dedos ágeis. Quase intrusas...
George Sand
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