Morremos todos.
Este é um dos acontecimentos mais democráticos, a par do nascimento.
Um dos menos falados, dos que queremos a todo o custo esquecer que existe.
Fruto do destino de cada um, a morte, como a vida, simplesmente acontece.
Em Portugal, com direito a "mesa de cabeceira",onde se pousam os óculos, as frases, as flores, os livros, os retratos de uma vida.
A segunda morada, no dito popular.
Há quem a escolha criteriosamente. Há quem a conheça de antemão. Há quem prescinda dela, também. Preferido opções mais ecológicas ou mais em voga. Mas a maioria fica ali, na sua única assoalhada, com vizinhança.
É uma espécie de ida à praia sem retorno. Sem problemas de transito, sem complicações de maior.
Para trás deixamos quase tudo: menos a alma que é eterna.
Não sei se interferimos no destino da alma. Se há conversações com Deus sobre os quesitos, da esquina do céu, que nos está reservada. Imagino que não.
Podemos apenas dispor da "mesa de cabeceira". Ao nosso gosto ou, ao dos nossos familiares.
E vale a pena, passar pelos cemitérios portugueses Adivinhar quem mora ali: quais foam os seus gostos, os seus hábitos, as suas "expectativas" em relação ao além. Estão quase sempre lá: nas "mesas de cabeceira".
Há poucos dias partiu uma amiga. Não estou habituada ainda a ver partir gente da minha geração. É cedo, ainda. Mas será que alguma vez o deixa de ser? Ou haverá sempre alguma coisa ainda para concluir? Algum abraço por dar?...
George Sand
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