Em Portugal é uma palavra pouco dita. As pessoas lembram-se, vagamente, nos dias de grandes peditórios. O Banco Alimentar, primorosamente defendido pela Ana Jonet, faz mexer consciências. A liga quando sai à rua também. Afinal a fome é visível nos telejornais e as doenças afectam sempre algum amigo, algum familiar, uma ou outra pessoa que aproveita a sua visibilidade pública para dizer: eu tenho esta ou aquela doença. Mas o voluntariado não é isso.
Ser voluntário não é, ao contrário do que se possa pensar: dar. Ser voluntário é essencialmente receber.
Optar por, não de vez em quando, mas de vez em sempre, receber.
Depois entranha-se e não se consegue viver sem isso.
Hoje, mais do que nunca é preciso voluntários. Muitos sorrisos, especialmente os nossos, que andam cansados, desiludidos, preocupados, a crise...fazia-nos muito bem receber alguma coisa. Não é preciso muito tempo. basta um bocadinho. Não é preciso abraçar grandes causas, nem grandes "dores", pelo menos para os que não estão habituados.
Às vezes as pessoas ficam desapontadas: eu queria trabalhar nesta ou naquela área como voluntário e não me deixam...como em tudo, é preciso começar pelo princípio. Ora procurem aí ao pé de casa. na paróquia da zona. falem com o pároco, falem na junta de freguesia, dêem uma voltinha na net e vão ver o mundo de sorrisos que está à vossa espera.
Quem viveu fora do País, sabe que voluntariado é parte inerente de cidadania em muitos sítios. Como ir ao ginásio ou passear o cão: reserva-se uma tarde, um serão, uma manhã para acumular sorrisos. Porque o mais importante para se ser voluntário é essa ideia: ser-se voluntário é receber . dar é uma consequência tão natural que nem nos chegamos a aperceber dela.
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