terça-feira, 23 de novembro de 2010

Afonso Duarte

Creio que pouca gente o conhece.
Foi talvez um dos maiores poetas portugueses.


Cantar da Solidão

Enchem-se-me os olhos de água:
Mergulho que nunca dá superfícies,
Águas tão fundas, eu sei!

A raiz da árvore da vida,
Só nelas vai mergulhar:
águas tão fundas, eu sei,
Que nem as águas do mar,
Enchem-se-me os olhos de água


Afonso Duarte in Ossadas, Seara Nova, 1947

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