Acostou devagar os olhos, à linha do horizonte.
Um cotovelo apoiado num fim de sol, que teimava em escorregar para o outro lado, sempre que as palavras prenunciavam planura.
Não havia assim tanto para contar, de uma vida entre-cruzada de mares. Sempre e só, entre-cruzada de mares.
Numa ocasião, fora o Pacífico, que lhe aplacara por algum tempo, a fúria. Apenas o necessário ao retempero do desejo.
Nem sempre sobrevivera bem às ondas. Tinha disso, consciência plena.O movimento era sempre contrário à entrega. E nada restava no final das marés: nem conchas, nem estrelas, nem búzios, dos que ainda sabem escutar .
Sucediam-se as preias, às baixas de mar. Sempre com origem numa tocata e fuga, em Dó menor, que sabia de cor. E pelo que acabou por se entender, lhe pertencia quase por inteiro.
Ao lavar-se de alma, o recomeçar, num outro oceano. O que equivalia, na prática a reconstruir de novo, com a angústia de poder perder, mais uma vez, o seu único sextante.
Não sei porquê, deixou-se guiar, ali mesmo por uma bússola desmagnetizada. Só a pensar que sem estrelas, nem caminhos traçados, quem sabe, encontraria então, o seu ponto cardeal.
Oxalá!
Um cotovelo apoiado num fim de sol, que teimava em escorregar para o outro lado, sempre que as palavras prenunciavam planura.
Não havia assim tanto para contar, de uma vida entre-cruzada de mares. Sempre e só, entre-cruzada de mares.
Numa ocasião, fora o Pacífico, que lhe aplacara por algum tempo, a fúria. Apenas o necessário ao retempero do desejo.
Nem sempre sobrevivera bem às ondas. Tinha disso, consciência plena.O movimento era sempre contrário à entrega. E nada restava no final das marés: nem conchas, nem estrelas, nem búzios, dos que ainda sabem escutar .
Sucediam-se as preias, às baixas de mar. Sempre com origem numa tocata e fuga, em Dó menor, que sabia de cor. E pelo que acabou por se entender, lhe pertencia quase por inteiro.
Ao lavar-se de alma, o recomeçar, num outro oceano. O que equivalia, na prática a reconstruir de novo, com a angústia de poder perder, mais uma vez, o seu único sextante.
Não sei porquê, deixou-se guiar, ali mesmo por uma bússola desmagnetizada. Só a pensar que sem estrelas, nem caminhos traçados, quem sabe, encontraria então, o seu ponto cardeal.
Oxalá!
às vezes acontece...
ResponderEliminarbeijinhos Filipa
Ás vezes acontece...é isso mesmo Luís.
EliminarBeijinho para ti e obrigada.
À procura do ponto cardeal, vêem-se suceder fins de sol a nasceres de lua, voa-se de mar em mar, cortam-se ondas numa ânsia do encontro com talvez alguma concha que acolha ou mesmo algum búzio que saiba cantar a canção de todas as canções.O mar leva e traz o que sempre esteve ali à distãncia de um Si.
ResponderEliminarExactamente.
EliminarO mar leva e traz, em cadência ritmada...mas há sempre, uma sétima onda.
Bj e obrigada Concha
O movimento do mar como o fluir da vida :)
ResponderEliminarE o movimento da vida, na respiração do mar.
EliminarObrigada Luisa
Que doença esta de sempre precisarmos de nos situarmos e não apenas viver a vida pela vida com quem amamos?!
ResponderEliminarSomos mesmo bichos complicadinhos...
Beijinhos,
São fases complicadinhas, de oceanos. E fases mais bradas,em mares interiores.
EliminarBj e obrigada
Oxalá
ResponderEliminara Filipa nunca perca esta garra
texto que nos agarra
nos range
"à distância de um Si"
oxalá
Até breve.Oxalá.
Obrigada Isabel.
EliminarAté breve
O mar tem sempre razão. o melhor é deixarmo-nos levar nas ondas com os olhos postos no nosso ponto cardeal.
ResponderEliminarBonito.
beijinho. :)
Bom sermos levados nas ondas...com os olhos postos no nosso ponto cardeal.
EliminarObrigada.
Bj
sedutor o deambular sem bússula...
ResponderEliminare recolher nas marés o reflexo das estrelas.
texto muito belo
beijo
Obrigada heretico.
EliminarA beleza é um sal da vida...entre vários
Bj
Há quem rume contra marés
ResponderEliminarse interrogue
e nos interrogue
mas também há quem prefira viajar
à bolina
Bjs
São sempre mais duras as questões, mas mais gratificantes, também.
EliminarViajar à bolina...
Bj e obrigada
Oxalá que sim!
ResponderEliminarBeijos
oxalá!
EliminarBj
Bela composição, reflexos, flexos e amplexos. Não interessa o fim mas a viagem, alguém já disse isto, não sei quem, mas parece-me adequado. Muito bom. Parabens, pela foto também, da minha terra amada.
ResponderEliminarObrigada Carlos Ramos.
ResponderEliminarTem a sua terra, um dos melhores restaurantes..com uma vista soberba. E é sempre um bom ponto de parrida.
obrigada