domingo, 31 de agosto de 2014

Brevíssima viagem



Ainda há pouco te dizia...não tem preço esse meu horizonte. Traçado assim, longitudinalmente, à tua brevíssima viagem.



(quadro: "Onemt VI" de Barnett Newman )

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

S. Martinho do Porto






 Captamos a alma de um lugar, quando nos refundimos no seu horizonte

 Vai se hoje,  em S. Martinho do Porto, com o Luís Soares de Mello, para uma conversa de alma.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Beatriz e os cabelos de céu.





Vivem assim, na brevidade do tempo. Curto, para nós que temos tempo. Longo, para eles que sabem da existência e do infinito.
Vivem assim, entre  esta terra  tão agreste, e a possibilidade de estenderem os dedos e puxarem devagarinho os cabelos ao céu.
 Assim que estendem as mãos pequeninas, o céu baixa-se, de repente. Depois divertem-se  a puxar-lhe os cabelos.
Julgo que passam muito tempo, a enrolá-los com as pontas dos dedos. Nos dias piores. Sobretudo, nos dias piores.

Ás vezes damos com eles, entretidos a  pregar os olhos brilhantes, ao fundo da nossa alma.
Não estão ali. Ali, estão só de passagem.
Os olhos é que estão ali, pregados momentaneamente, ao fundo das nossas almas.

Quando partem, é como se nos dissessem  tudo aquilo que já adivinhávamos...somos anjos. Sempre o fomos. Nem por um minuto, alguma vez, deixámos  de o ser.
-Viste? Bastava-me estender as mãos para brincar com os cabelos de céu.
Serenamente, continuarão a fazê-lo.
Só não voltam a pregar os olhos, ao fundo da nossa alma.
Mas basta uma única vez...para perceber porque o fizeram.

domingo, 3 de agosto de 2014

Se o mar se voltar...




Dizem-me que o barco está lá fora, no lago, à espera que o mar não se parta. Que o mar não se volte. Que o traçado de luz lhe indique  a estreiteza do caminho por entre as pedras e os baixios, Até ao noutro lado, feito  espelho  de prata.
Se o mar se voltar, só o mar restará. Se o mar se voltar…


Fotografia: Pedro Soares de Mello