quarta-feira, 30 de março de 2011
A vida
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
sábado, 26 de março de 2011
Apelo
Tem sido das obras mais cobiçadas, este "grito" de Munch.
Foram precisos três esboços, sobre tela, até se chegar ao apelo final, directamente na madeira, dura, seca, fria, porém inquebrável.
Munch, prescindiu da leveza dos materiais, na hora e no tempo da angústia. Um grito, feito apelo, cingido por ambas as mãos.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Crise Política
Uma crise política é também e, sobretudo, uma crise social.
Já quase tudo foi dito sobre o assunto, especialmente bem dito pelo António Barreto na entrevista de ontem à SIC: http://aeiou.expresso.pt/video-antonio-barreto-comenta-crise-politica=f639611 e aqui: http://pedroroloduarte.blogs.sapo.pt/
Fica uma imagem que foi um ícone de uma geração, não à rasca, mas a geração da grande depressão nos Estados Unidos.
Chama-se "migrant mother" e conta sem palavras a história de uma mãe, imigrante, viúva, 32 anos e com sete filhos. É uma fotografia de Dorothea Lange.
Anos mais tarde, a criança que está retratada do lado esquerdo explicou a posição : tinhamos vergonha de ser pobres.
Já quase tudo foi dito sobre o assunto, especialmente bem dito pelo António Barreto na entrevista de ontem à SIC: http://aeiou.expresso.pt/video-antonio-b
Fica uma imagem que foi um ícone de uma geração, não à rasca, mas a geração da grande depressão nos Estados Unidos.
Chama-se "migrant mother" e conta sem palavras a história de uma mãe, imigrante, viúva, 32 anos e com sete filhos. É uma fotografia de Dorothea Lange.
Anos mais tarde, a criança que está retratada do lado esquerdo explicou a posição : tinhamos vergonha de ser pobres.
quarta-feira, 23 de março de 2011
In Sofrimento
As notícias atropelam-se. Sucedem-se a uma velocidade tão estonteante, que não temos quase tempo de as interiorizar. Sobretudo o sofrimento. E, o sofrimento ocupa um lugar demasiado grande, no coração, dos que sofrem. Ocupa um tempo difícil. Demasiado difícil
terça-feira, 22 de março de 2011
Uma frase que sobejou por José de Almada Negreiros
Uma Frase que sobejou
Quando copiei pela ultima vez a Invenção do Dia Claro, sobejou uma frase que não me recordo a que alturas pertence. A frase é esta:
"Ha systemas para todas as coisas que nos ajudem a saber amar, só não ha systemas para saber amar!
José de Almada Negreiros in "A Invenção do Dia Claro", Lisboa, "Olisipo", Apartado 145, 1921
segunda-feira, 21 de março de 2011
Os primeiros passos
De um escritor, são sempre interessantes. Normalmente, mais tarde renegados pelos próprios, por precocidade e falta de qualidade.
Adolfo Casais Monteiro iniciou-se com um livro publicado pela Presença em 1929, dedicado aos pais e à avó. Tem desenhos de Júlio e poemas dedicados aos amigos. Um deles José Régio...escritor proeminente na altura: já tinha escrito "Poema de deus e do diabo" em 1925 e preparava-se para lançar a ...Biografia. Saíu pela presença, esta Biografia, em forma de sonetos, igualmente em 1929.
Aqui fica o primeiro poema dado à estampa, no primeiro livro de Adolfo Casais Monteiro. Chama-se Poeta. (um bom nome para se começar)
Adolfo Casais Monteiro iniciou-se com um livro publicado pela Presença em 1929, dedicado aos pais e à avó. Tem desenhos de Júlio e poemas dedicados aos amigos. Um deles José Régio...escritor proeminente na altura: já tinha escrito "Poema de deus e do diabo" em 1925 e preparava-se para lançar a ...Biografia. Saíu pela presença, esta Biografia, em forma de sonetos, igualmente em 1929.
Aqui fica o primeiro poema dado à estampa, no primeiro livro de Adolfo Casais Monteiro. Chama-se Poeta. (um bom nome para se começar)
Poeta
Poeta: uma criança em face do papel.
Poema: os jogos inocentes,
invenções de menino aborrecido e só.
A pena joga com as palavras ôcas,
atira-as ao ar a vêr se ganha ao jôgo:
os dados caem: são o poema: Ganhou
Adolfo Casais Monteiro, in "Confusão", Presença, Coimbra, 1929
(este post é dedicado hoje, especialmente, ao meu avô. Que foi colega e amigo de muitos dos escritores desta época, em Coimbra, e me deu estas preciosidades)
(este post é dedicado hoje, especialmente, ao meu avô. Que foi colega e amigo de muitos dos escritores desta época, em Coimbra, e me deu estas preciosidades)
domingo, 20 de março de 2011
Guerra
Há palavras que quase desapareceram do dicionário. Já pouco ou nada se ouvem. Os meninos deixaram de ter sarampo e tosse convulsa. Leprosarias são coisas do passado e a peste vem nos compêndios de história.
Das casas desapareceu o tanque de lavar a roupa e a máquina de picar a carne, "amarrada à mesa".
Mas os conflitos entre os homens continuam e a solução é a mesma: a guerra.
os meus pensamentos estão com quem não a pediu e está sempre na posição mais frágil: as populações civis.
Hoje, mais uma vez, todos os noticiários começam por este terrível nome.
Das casas desapareceu o tanque de lavar a roupa e a máquina de picar a carne, "amarrada à mesa".
Mas os conflitos entre os homens continuam e a solução é a mesma: a guerra.
os meus pensamentos estão com quem não a pediu e está sempre na posição mais frágil: as populações civis.
Hoje, mais uma vez, todos os noticiários começam por este terrível nome.
sexta-feira, 18 de março de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
Momento musical para totós
É sempre benéfico, antes do almoço, uma pausa na azáfama e entrarmos numa espécie de comtemplação interior. Desta vez musical...parece que o Coro dos Meninos, uma Instituição extraordinária e que muitos meninos tem dado à sociedade civíl, politica etc...está com problemas de espaço. Aquilo é acanhado. Por isso, hoje foi ensaiar uns Passos para Belém, que é um local arejado.
Não tarda arranjam novas instalações e novos companheiros de brincadeiras. Até dizem que vem um maetro de fora para ajudar a tocar a orquestra.
O anterior, diz que se recandidata, mas é só para termos todos a certeza absoluta, principalmente ele, que o lugar é literalmente atirado para o colo do menino que está sempre em bicos de pés no coro. É o que dá estar sempre em bicos de pés no coro.
E ainda dizem que o maetro novo que vem de fora, lhe vai roubar a bola. É daqueles calmeirões que roubam tudo aos meninos e ainda acusa no fim, o malandro. Resta-lhe fazer queixinhas ao pai e ver se ele ouve. Já está velhote e meio surdo o pai...
Coitadinho do menino!
Ó santa ingenuidade!
Não tarda arranjam novas instalações e novos companheiros de brincadeiras. Até dizem que vem um maetro de fora para ajudar a tocar a orquestra.
O anterior, diz que se recandidata, mas é só para termos todos a certeza absoluta, principalmente ele, que o lugar é literalmente atirado para o colo do menino que está sempre em bicos de pés no coro. É o que dá estar sempre em bicos de pés no coro.
E ainda dizem que o maetro novo que vem de fora, lhe vai roubar a bola. É daqueles calmeirões que roubam tudo aos meninos e ainda acusa no fim, o malandro. Resta-lhe fazer queixinhas ao pai e ver se ele ouve. Já está velhote e meio surdo o pai...
Coitadinho do menino!
Ó santa ingenuidade!
Lista oficial de presentes do casamento real
O Princípe William e Miss Catherine Middleton já fizeram a sua lista de presentes de casamento.
Para quem estiver interessado, está aqui: http://www.royalweddingcharityfund.org/ .
Para quem estiver interessado, está aqui: http://www.royalweddingcharityfund.org/ .
O frango não trazia cocorocó
Cada vez se é pior servido. Vá-se lá saber porque é que o frango não trazia o raio do cocorocó, uma coisa essencial.
Depois de ter visto isto, tomei uma decisão: vou-me adicionar àqueles grupos contra os anúncios imprecisos, das cadeias de supermercado.
Francamente! E para mais o cidadão comeu-o. Sem cocorocó. Ao que uma pessoa está sujeita nos dias que correm...isto para não falar na saúde, que se ressente, evidentemente.
Qualquer pessoa normal se ressente, deste insistente, cocorocó inexistente.
quarta-feira, 16 de março de 2011
50 pessoas a tentar o impossível?!
Ia escrever sobre este tema: as cinquenta pessoas que ficaram sozinhas, numa central nuclear, a tentar o quase impossível, quando passei aqui http://www.etudogentemorta.com/ . Está lá tudo, escrito pela Marta Costa Reis.
Acrescento então uma pergunta: não seria já tempo das organizações internacionais equacionarem a possibilidade, no caso de rebentamento da central, da evacuação, pelo menos das crianças e jovens, para países de acolhimento temporário?
Se em cenário de guerra, particularmente na segunda guerra, isso foi possível, numa altura com muito menos recursos do que hoje, não seria de começar a organizar alguma coisa semelhante para o caso das coisas se precipitarem?...
Acrescento então uma pergunta: não seria já tempo das organizações internacionais equacionarem a possibilidade, no caso de rebentamento da central, da evacuação, pelo menos das crianças e jovens, para países de acolhimento temporário?
Se em cenário de guerra, particularmente na segunda guerra, isso foi possível, numa altura com muito menos recursos do que hoje, não seria de começar a organizar alguma coisa semelhante para o caso das coisas se precipitarem?...
Olhó Balão
Acabo de receber a proposta do novo mapa de freguesias de Lisboa...ajeitando o lorgnon, temos assim em primeira análise, que o Alto do Pina gingão vai poder desfrutar de todas as quermesses, da freguesia de S. João de Deus.
Não sei se as freguesias de S. João de Brito + Alvalade (até aqui vá lá...) vão gostar especialmente da "extensão" ao pitoresco da Calçada de Carriche (Campo Grande).
Não, não é por aí...Benfica contínua orgulhosamente só! Nem S. Domingos pense sequer numa aproximação da bicharada de Sete Rios, à ave das voltinhas...
Já aos Mártires, quiça para lhes apaziguar o sofrimento, jutam-se-lhe o Sacramento, S. Nicolau, Madalena, Sta Justa, Sé, Santiago, S. Cristovão/S. Lourenço, S. Miguel, Stº Estevão, o Socorro, que é sempre bom em caso de necessidade e o Castelo, atento e vigilante.
Pior fica a Lapa, local aprazível, na companhia dos defuntos Prazeres...com assistência de Santos. Não sei do de velho a cair da tripeça, se do novo, se de todos juntos.
S. Sebastião da Pedreira, do alto dos seus shoppings culturais, vai ter que ajoelhar em Fátima e fazer mea culpa.
Stº Condestável faz um lindo par com Stª Isabel. Não fosse dar-se o caso de Stª Isabel estar muito bem sozinha no alto da sua colina.
S. Vicente dá um ar de sua Graça e ainda leva a reboque a Sta Engrácia, que não é nome que se apresente.
Olhó Balão na noite de S. João a descer a Penha de França...credo! Felizmente que não há balões em Lisboa, havia de ser bonito.
A Charneca dá a mão à Ameixoeira.
Os Anjos e S Jorge de Arroios ficam com pena da Pena. E, ao Beato, não há quem lhe ponha a mão.
Merçês, S. Paulo e Sta Catarina a deslizar para os Olivais...que é como quem diz para a o bairro da Encarnação.
Perguntam-se o que é que eu acho, em cinco linhas de exactamente 9,5 cm cada uma. Alguma sugestão?
Não sei se as freguesias de S. João de Brito + Alvalade (até aqui vá lá...) vão gostar especialmente da "extensão" ao pitoresco da Calçada de Carriche (Campo Grande).
Não, não é por aí...Benfica contínua orgulhosamente só! Nem S. Domingos pense sequer numa aproximação da bicharada de Sete Rios, à ave das voltinhas...
Já aos Mártires, quiça para lhes apaziguar o sofrimento, jutam-se-lhe o Sacramento, S. Nicolau, Madalena, Sta Justa, Sé, Santiago, S. Cristovão/S. Lourenço, S. Miguel, Stº Estevão, o Socorro, que é sempre bom em caso de necessidade e o Castelo, atento e vigilante.
Pior fica a Lapa, local aprazível, na companhia dos defuntos Prazeres...com assistência de Santos. Não sei do de velho a cair da tripeça, se do novo, se de todos juntos.
S. Sebastião da Pedreira, do alto dos seus shoppings culturais, vai ter que ajoelhar em Fátima e fazer mea culpa.
Stº Condestável faz um lindo par com Stª Isabel. Não fosse dar-se o caso de Stª Isabel estar muito bem sozinha no alto da sua colina.
S. Vicente dá um ar de sua Graça e ainda leva a reboque a Sta Engrácia, que não é nome que se apresente.
Olhó Balão na noite de S. João a descer a Penha de França...credo! Felizmente que não há balões em Lisboa, havia de ser bonito.
A Charneca dá a mão à Ameixoeira.
Os Anjos e S Jorge de Arroios ficam com pena da Pena. E, ao Beato, não há quem lhe ponha a mão.
Merçês, S. Paulo e Sta Catarina a deslizar para os Olivais...que é como quem diz para a o bairro da Encarnação.
Perguntam-se o que é que eu acho, em cinco linhas de exactamente 9,5 cm cada uma. Alguma sugestão?
terça-feira, 15 de março de 2011
A caleche ( novo PREC)
O aluguer da caleche foi actualizado, de acordo com "acontecimentos" e "pacotes".
Com siége de verão : 300 euros
Com siége de Inverno: 500 euros
(sempre com cocheiro grátis)
caleche elegance: 3000. euros cada meia hora . (farnel grátis do clube gourmet do El Corte Inglês).
Com siége de verão : 300 euros
Com siége de Inverno: 500 euros
(sempre com cocheiro grátis)
caleche elegance: 3000. euros cada meia hora . (farnel grátis do clube gourmet do El Corte Inglês).
Ao Luar
Envolve-me num abraço
maior que o poente.
Não te esqueças da luz
Breve...
Da lua plena.
Ainda antes,
Do sol nascente.
(Escultura de Jean Antoine Houdon)
maior que o poente.
Não te esqueças da luz
Breve...
Da lua plena.
Ainda antes,
Do sol nascente.
(Escultura de Jean Antoine Houdon)
Catástrofe nuclear?
Neste preciso momento, o Japão luta contra aquela que se pode tornar a maior catástrofe nuclear de sempre: o reactor 3 de uma das 4 centrais afectadas, está em risco eminente de fusão. A ajuda externa, de peritos americanos já chegou.
Todas as medidas estão a ser tomadas: evacuam-se populações e distribui-se iodo, para no caso de uma nuvem radioactiva, se conseguir uma saturação da tiróide, por forma a proteger (aquilo que ainda se poderá proteger, numa situação dessas) da saúde de todos e de cada um.
Esperemos que não seja uma luta inglória.
Mas as perguntas ficam: Como vão os japoneses, num território exposto a episódios sísmicos recorrentes e, que depende em grande parte da energia atómica, resolver este problema?
O que aconteceria se isto se passasse em muitas das centrais nucleares espalhadas pela Europa?
Uma coisa ficou provada: não há centrais nucleares à prova de sismos.
Todas as medidas estão a ser tomadas: evacuam-se populações e distribui-se iodo, para no caso de uma nuvem radioactiva, se conseguir uma saturação da tiróide, por forma a proteger (aquilo que ainda se poderá proteger, numa situação dessas) da saúde de todos e de cada um.
Esperemos que não seja uma luta inglória.
Mas as perguntas ficam: Como vão os japoneses, num território exposto a episódios sísmicos recorrentes e, que depende em grande parte da energia atómica, resolver este problema?
O que aconteceria se isto se passasse em muitas das centrais nucleares espalhadas pela Europa?
Uma coisa ficou provada: não há centrais nucleares à prova de sismos.
domingo, 13 de março de 2011
Portas
Abrimos a primeira porta ao sorriso das nossas mães.
Depois, seguem-se quase todas, as que encontramos pelo caminho da vida, escancaradas, até cerca dos sete anos, quando os heróis começam a diminuir de tamanho e lavamos o rosto com as primeiras lágrimas, por causa dos outros. Fechamos então uma ou outra, mas levemente...ainda.
O tempo do crescimento e da descoberta, faz-nos abrir cada vez mais portas e a deixá-las assim. Na maior parte das vezes, pintadas com todas as cores da imaginação: é o tempo das portas coloridas, penduradas no arco-íris, pela ponta do lambril.
Mais tarde, a pouco e pouco, vamos percebendo que é tempo de encostar uma ou outra. De fechar mesmo aquela que teima em não permanecer fechada - a chave custa a rodar- pelo menos a primeira.
Não é um processo fácil o rodar das maçanetas nas portas das nossas vidas.
É difícil conviver com as dobradiças que rangem dentro do pensamento e, nos questionam...voltamos atrás muitas vezes, nem que seja para espreitar pelo buraco da fechadura...nem sempre conseguimos, nem sempre as portas continuam lá, nem sempre vale a pena.
Um dia, muito mais tarde, damo-mos invariavelmente conta de que não há assim tantas portas que valham a pena.
E mais tarde, ainda, de que quase não restam portas.
Com sorte, debruçamos-nos então, nas janela da vida...
(Fotografia de Mário Castello )
Ser e Ter
Nunca como hoje, o Ser esteve tão condicionado...ao Ter. Foi mesmo, em muitos casos substítuido.
É preciso a todo o custo consumir. Os hábitos sociais estão quase todos, sem excepção ligados ao consumo. Não falo do consumo de bens prioritários e de primeira necessidade, mas dos outros.
É-se porque se está, se pratica, se frequenta, se usa. É-se na medida em que se está incluído e, se sente incluído.
Aparece-se...para almoçar, para beber um copo, para ir de férias, para uma festa, para um jantar. Quase ninguém convida para aparecer, só. Para estar, só. Para conversar, só.
A crise, que se traduz essencialmente numa crise económica e financeira é, na sua essência, uma crise de valores.
Porque essa inclusão do individuo, enquanto tal, está condicionada à assumpção de determinado cânones, quase todos ligados ao consumo: ao ter, portanto.
Começou por ser um fenómeno dos "emergentes". Motivo de piada fácil. Mas hoje, de uma forma ou de outra, é transversal à sociedade. Mudam os cânones, as linguagens, os rituais. Mas o Ser, esse, está quase sempre ausente.
Depois surgem os discursos de falta de ideais, de líderes...nada de concreto, nada de palpável... porque uma sociedade que Tem (mais ou menos, não importa) ,mas não É, é uma sociedade "descartável". Presa falsa de demagogias...
É preciso a todo o custo consumir. Os hábitos sociais estão quase todos, sem excepção ligados ao consumo. Não falo do consumo de bens prioritários e de primeira necessidade, mas dos outros.
É-se porque se está, se pratica, se frequenta, se usa. É-se na medida em que se está incluído e, se sente incluído.
Aparece-se...para almoçar, para beber um copo, para ir de férias, para uma festa, para um jantar. Quase ninguém convida para aparecer, só. Para estar, só. Para conversar, só.
A crise, que se traduz essencialmente numa crise económica e financeira é, na sua essência, uma crise de valores.
Porque essa inclusão do individuo, enquanto tal, está condicionada à assumpção de determinado cânones, quase todos ligados ao consumo: ao ter, portanto.
Começou por ser um fenómeno dos "emergentes". Motivo de piada fácil. Mas hoje, de uma forma ou de outra, é transversal à sociedade. Mudam os cânones, as linguagens, os rituais. Mas o Ser, esse, está quase sempre ausente.
Depois surgem os discursos de falta de ideais, de líderes...nada de concreto, nada de palpável... porque uma sociedade que Tem (mais ou menos, não importa) ,mas não É, é uma sociedade "descartável". Presa falsa de demagogias...
Festa na Avenida
A geração à rasca saiu à rua. Irreverente, divertida, como se esperava, mas ordeira. Saiu e levou com ela muito mais gerações. Algumas acabrunhadas, ficavam-se pelas laterais. Outras, mais afoitas, erguiam a cabeça e compunham o cortejo, pelos filhos, pelos netos, ou tão só pelas recordações, de outras lutas.
Desta manifestação, uma ideia a reter: o descontentamento.
Não se tratou de uma manifestação "organizada" à maneira tradicional, com palavras de ordem e um fim específico. Foi mais uma festa, em que se chamou a atenção para a crise que afecta os portugueses: os jovens e os menos jovens.
Algum aproveitamento politico, mas não tanto como vaticinei.
Resta perceber o rumo. Quais as ideias válidas, as alternativas, que possam surgir daqui...porque é afinal isso que importa.
Esta é sem dúvida a geração mais preparada. Mas é simultâneamente a mais exigente. Fruto do boom económico dos anos oitenta, foi orientada para um consumo excessivo e para uma ambição que terá pouco a ver com as reais potencialidades do país. Isso esteve patente nas múltiplas máquinas fotográficas, telemóveis, Ipods, Ipads topo de gama, com que muitos dos manifestantes se muniram.
Não sei até que ponto não criámos, nesta geração, expectativas que não se coadunam muito com os tempos que vivemos...
Aguardemos as ideias.
as fotografias foram cedidas daqui http://janpfm.blogs.sapo.pt/
Desta manifestação, uma ideia a reter: o descontentamento.
Não se tratou de uma manifestação "organizada" à maneira tradicional, com palavras de ordem e um fim específico. Foi mais uma festa, em que se chamou a atenção para a crise que afecta os portugueses: os jovens e os menos jovens.
Algum aproveitamento politico, mas não tanto como vaticinei.
Resta perceber o rumo. Quais as ideias válidas, as alternativas, que possam surgir daqui...porque é afinal isso que importa.
Esta é sem dúvida a geração mais preparada. Mas é simultâneamente a mais exigente. Fruto do boom económico dos anos oitenta, foi orientada para um consumo excessivo e para uma ambição que terá pouco a ver com as reais potencialidades do país. Isso esteve patente nas múltiplas máquinas fotográficas, telemóveis, Ipods, Ipads topo de gama, com que muitos dos manifestantes se muniram.
Não sei até que ponto não criámos, nesta geração, expectativas que não se coadunam muito com os tempos que vivemos...
Aguardemos as ideias.
as fotografias foram cedidas daqui http://janpfm.blogs.sapo.pt/
sexta-feira, 11 de março de 2011
Os minutos mais longos
Com um extraordinario auto controle, assim viveram os minutos mais longos de um terramoto de 8.9, estes japoneses.
Noite de terror no Japão
Depois do sismo de 8.9, um dos maiores de que há memória, se ter abatido sobre o Japão, milhões de pessoas assustadas, retidas, sem poder chegar a suas casas e, vítimas de um apagão de proporções gigantescas, vão enfrentar uma noite de terror. À espera das réplicas.
Para piorar, o enorme apagão, atinge milhões de pessoas. Impedindo-nos a nós e a eles próprios de perceber a real dimensão da tragédia.
Sabe-se já da instabilidade de um dos reactores da central de Myagi e da evacuação de milhares de pessoas em curso.
Os japoneses, são certamente dos povos mais adaptado a este tipo de reveses da natureza.
A Yu,amiga da minha filha, a cerca de uma centena de quilómetros de Tókio, conseguiu comunicar, minutos após a tragédia: Estou bem. Estamos bem. Estou muito assustada. Mas está longe, muito longe do epicentro, mais para o norte. Fustigado já por ondas de cerca de dez metros de altura que se dirigem neste momento para o Hawai...só daqui a umas horas se saberá a real dimensão da tragédia.
Que Deus os acompanhe!
(imagens via facebook)
Para piorar, o enorme apagão, atinge milhões de pessoas. Impedindo-nos a nós e a eles próprios de perceber a real dimensão da tragédia.
Sabe-se já da instabilidade de um dos reactores da central de Myagi e da evacuação de milhares de pessoas em curso.
Os japoneses, são certamente dos povos mais adaptado a este tipo de reveses da natureza.
A Yu,amiga da minha filha, a cerca de uma centena de quilómetros de Tókio, conseguiu comunicar, minutos após a tragédia: Estou bem. Estamos bem. Estou muito assustada. Mas está longe, muito longe do epicentro, mais para o norte. Fustigado já por ondas de cerca de dez metros de altura que se dirigem neste momento para o Hawai...só daqui a umas horas se saberá a real dimensão da tragédia.
Que Deus os acompanhe!
(imagens via facebook)
quinta-feira, 10 de março de 2011
Revolta-se o verde
Depois do destempero do Outono, numa paleta desarrumada de quase todas as cores. Depois do despentear prateado do Inverno...o verde.
O verde que se revolta, em todas as suas nuances, mansamente, pelas tardes ensolaradas deste quase ínicio de Primavera...
(fotografia de João Afonso Machado)
O verde que se revolta, em todas as suas nuances, mansamente, pelas tardes ensolaradas deste quase ínicio de Primavera...
(fotografia de João Afonso Machado)
Onde?
Onde estás?
para onde foste?
Até onde te levará o voo que nos afastou?
Lembro a infância partilhada de sopros amenos, com a tenda dos índios, refúgio aparente da sopa e do arroz de ervilhas, sempre por mastigar, no meio do quarto. Os jogos de soldadinhos alinhados pelo rodapé do armário.
De noite tinhas medo. Muito medo. Sobretudo do canto direito. Não sei se eram as portas mal fechadas que deixavam entrever os bibes alinhados, se as botas desarrumadas, de quase boca escancarada, de tanta correria no jardim, se as camisolas partilhadas. Mas perguntavas sempre, antes de adormecer, o que é que havia outro lado, do imenso quarto, de relvado agreste que partilhavamos...sugerias uma bruxa de nariz comprido. Ou, um ladrão à cata de berlindes, transformados pelas artes mágicas da noite e, da omnipresente panela fumegante de vapores para a tosse, em luas descumunais, que não paravam sossegadas.
Eu saía então da cama, pé ante pé, para te explicar que a bruxa não passava do meu bibe, encostada ao teu pião. E recolhia os berlindes, um a um...
Hoje, se procurar não encontro nada. Os berlindes, o quarto de relvado agreste que magoava os joelhos, a bruxa vestida de bibe, desapareceram. Tu também.
(Fotografia de João Afonso Machado)
para onde foste?
Até onde te levará o voo que nos afastou?
Lembro a infância partilhada de sopros amenos, com a tenda dos índios, refúgio aparente da sopa e do arroz de ervilhas, sempre por mastigar, no meio do quarto. Os jogos de soldadinhos alinhados pelo rodapé do armário.
De noite tinhas medo. Muito medo. Sobretudo do canto direito. Não sei se eram as portas mal fechadas que deixavam entrever os bibes alinhados, se as botas desarrumadas, de quase boca escancarada, de tanta correria no jardim, se as camisolas partilhadas. Mas perguntavas sempre, antes de adormecer, o que é que havia outro lado, do imenso quarto, de relvado agreste que partilhavamos...sugerias uma bruxa de nariz comprido. Ou, um ladrão à cata de berlindes, transformados pelas artes mágicas da noite e, da omnipresente panela fumegante de vapores para a tosse, em luas descumunais, que não paravam sossegadas.
Eu saía então da cama, pé ante pé, para te explicar que a bruxa não passava do meu bibe, encostada ao teu pião. E recolhia os berlindes, um a um...
Hoje, se procurar não encontro nada. Os berlindes, o quarto de relvado agreste que magoava os joelhos, a bruxa vestida de bibe, desapareceram. Tu também.
(Fotografia de João Afonso Machado)
quarta-feira, 9 de março de 2011
Quem avisa amigo é
Sua Excelência o Senhor Presidente da República, para quem não sabe, toma hoje posse do seu "continuado estado". Não sei se chegaram a mudar os lençois...penso que não.
Em assim sendo, vai haver uma espécie de festa sem ser festa, que o comedimento do início da quaresma assim o exige. É um almocinho simples, com meia dúzia de croquetes (contados)
Amanhã, temos portanto um presidente novinho em folha, que promete um mandato muito mais activo e interveniente do que o anterior. Sendo que é o mesmíssimo que o anterior...vou pensar nisto com muita calma a ver se percebo bem a ideia...
Em assim sendo, vai haver uma espécie de festa sem ser festa, que o comedimento do início da quaresma assim o exige. É um almocinho simples, com meia dúzia de croquetes (contados)
Amanhã, temos portanto um presidente novinho em folha, que promete um mandato muito mais activo e interveniente do que o anterior. Sendo que é o mesmíssimo que o anterior...vou pensar nisto com muita calma a ver se percebo bem a ideia...
terça-feira, 8 de março de 2011
Deolindas e Falâncios
É oficial: O movimento geração à rasca, já conta com inúmeros apoios. Entreeles o do PCP. Solidarizaram-se. Foi uma coisa totalmente inesperada. O que era para ser um simples movimento de cidadãos muitíssimo organizados, conta agora com a simpatia política. Em consequência, imagino, dos " Homens da luta" terem ganho, também de forma inesperada, o festival da canção, a 60 cêntimos, por maioria esmagadora. Deixo aqui esta "música de intervenção" dedicada sobretudo aos Deolindas, que se vão meter nas camionetas (também já estão organizadas ao que parece) aqui e além fronteiras (isto é que é trabalhar minha gente!) no caso de terem muito sol a tapar-lhes as vistas...a água sempre refresca e há sombra no parque.
A organização, seja ela qual for, isso não interessa nada para o caso, é exímia. Direi mais: um portento!Quando penso no que é necessário para se chegar a acordo numa simples reunião de condóminos, dou-me conta do que avançou a sociedade portuguesa apolítica, nestas... últimas horas A solidariedade do BE não está ainda confirmada, tanto quanto sei. Mas também não é preciso. Agora resta saber se o namoro vai ...Avante...
A Preto e Branco e a cores
Na realidade, um carro encarnado circula. Pode ser em qualquer ponto do mundo.
Por detrás, um filme mudo, a preto e branco, que pode mudar o rumo de todas as estradas e, de todos os carros que circulam. De todos aqueles que ainda acreditam em movimentos civicos de cidadãos...fala-se numa geração à rasca. Essa, em tons berrantes. Mas não se fala nos filmes mudos, que normalmente se apropriam da insatisfação...
(A fotografia foi tirada em S, Paulo, Brasil, na Av. 23 de Maio e retrata um grafitti.
É da autoria do fotógrafo Mário Castello)
Marés
Maré baixa de ciúme,
Maré alta de paixão.
Maré doce do teu nome
Maré do meu coração.
Maré viva de amargura
Maré de ti e de mim
No tempo da maré nossa
Sem ter princípio nem fim.
Maré de amor e de espanto
Maré de paz e de tempo
Maré de angústia sem nome
Maré doce e sentimento.
Maré de riso ,
De vida,
Desalento
Em maré curta.
Maré sem dar a partida
No tempo de olhar o tempo
No espaço da maré solta.
segunda-feira, 7 de março de 2011
O tempo certo
Sentei-me no corredor da vida à espera, do tempo certo.
Não que fosse impossível esperá-lo no conforto do sofá com um livro de memórias, ou uma televisão de histórias e tempos incertos, porque de outros ou de ninguém, a maior parte das vezes.
Mas esperei ali, no meio do corredor. Local de passagem, eu sei. Onde o tempo não ficaria mais do que o momento de uma aragem, de janelas descuidadas da memória...o suficiente para o apanhar, rodopiá-lo entre os dedos e enchê-lo de sonhos.
Cuidei eu...mas a corrente de ar foi sempre mais forte e, o tempo passou.
Nada que as portas fechadas agora não resolvam...e uma única frincha, a permitir que o sopro...zás, fique fechado na palma da mão!
Não que fosse impossível esperá-lo no conforto do sofá com um livro de memórias, ou uma televisão de histórias e tempos incertos, porque de outros ou de ninguém, a maior parte das vezes.
Mas esperei ali, no meio do corredor. Local de passagem, eu sei. Onde o tempo não ficaria mais do que o momento de uma aragem, de janelas descuidadas da memória...o suficiente para o apanhar, rodopiá-lo entre os dedos e enchê-lo de sonhos.
Cuidei eu...mas a corrente de ar foi sempre mais forte e, o tempo passou.
Nada que as portas fechadas agora não resolvam...e uma única frincha, a permitir que o sopro...zás, fique fechado na palma da mão!
domingo, 6 de março de 2011
PREC Vyctória
A Srª D. Deolinda Parva Falâncio à Rasca,
comunica o nascimento da sua primogénita,
PREC Vyctória à Rasquissima
comunica o nascimento da sua primogénita,
PREC Vyctória à Rasquissima
Apadrinhada por Vasco Gonçalves e uma ceifeira, vai a baptizar no próximo dia 12 de Março .
A geração à rasca casou-se!
Não é nada de novo...foi um bocadinho precipitado, quiçá a Deolinda já de esperanças e em ânsias de sair finalmente da casinha dos pais, aceitou o braço do primeiro cavalheiro que lhe apareceu: Não, não foi o Armando Gama, mas também ganhou, de forma "estrondosa" (demasiado), mas a Deolinda está apaixonada...
Mal as luzes se apagaram, correram até a um qualquer "Las Vegas" onde a Deolinda ainda meio assarapantada, lá disse o sim. Agora chama-se Srª D. Deolinda Falâncio. Contínua à rasca, mas emancipou-se da casinha dos pais. Promete aparecer em todas as manifestações, pressurosa, pelo braço do "esposo", a carregar-lhe o megafone. Como todas as recém casadas a Deolinda quis impressionar...hoje de manhã já estava na frente de batalha!
sexta-feira, 4 de março de 2011
Três semanas depois...ou talvez não
Três semanas, depois o mundo poderá ter mudado. Ou tão só o nosso cantinho. Ou talvez não
Três semanas depois, os navios ao largo da Líbia poderão estar ancorados...ou talvez não.
Três semanas depois o preço do petróleo poderá ter batido novos recordes históricos, ou talvez não.
Três semanas depois a Arábia Saudita pode ter injectado milhares de barris de petróleo no mercado e por isso, o preço pode ter descido. Ou, talvez não.
Três semanas depois, os juros da dívida portuguesa, podem ter estacionado...ou talvez não.
Três semanas depois, a Europa pode ter decidido se somos ou não capazes de superar sozinhos. Ou talvez não.
Três semanas depois, Obama pode ter que abdicar do prémio que lhe foi dado, pela paz, ou talvez não.
Três semanas depois já se saberá se afinal o FMI volta, ou não. Ou talvez não.
Quem diz três semanas, pode dizer para aí três meses, ou talvez não...
Três semanas depois, os navios ao largo da Líbia poderão estar ancorados...ou talvez não.
Três semanas depois o preço do petróleo poderá ter batido novos recordes históricos, ou talvez não.
Três semanas depois a Arábia Saudita pode ter injectado milhares de barris de petróleo no mercado e por isso, o preço pode ter descido. Ou, talvez não.
Três semanas depois, os juros da dívida portuguesa, podem ter estacionado...ou talvez não.
Três semanas depois, a Europa pode ter decidido se somos ou não capazes de superar sozinhos. Ou talvez não.
Três semanas depois, Obama pode ter que abdicar do prémio que lhe foi dado, pela paz, ou talvez não.
Três semanas depois já se saberá se afinal o FMI volta, ou não. Ou talvez não.
Quem diz três semanas, pode dizer para aí três meses, ou talvez não...
quinta-feira, 3 de março de 2011
Ar
Ar
às golfadas
que nos empurre os gritos.
Planura incerta
num espaço
aflito,
deserto
de nada.
Fotografia de Mário Castello
quarta-feira, 2 de março de 2011
A tenda
"Entreguei o poder ao povo e voltei para aminha tenda"
M. Kadhafi
Mas que grande ideia. Eu faço exactamente o mesmo: entrego o jantar, as compras e o que mais for preciso...ao povo cá de casa e recolho. Não a esta tenda acima, que sou claustrofóbica e além disso é do Sr. Kadhafi...mas quem sabe ao sol da esplanada.
M. Kadhafi
Mas que grande ideia. Eu faço exactamente o mesmo: entrego o jantar, as compras e o que mais for preciso...ao povo cá de casa e recolho. Não a esta tenda acima, que sou claustrofóbica e além disso é do Sr. Kadhafi...mas quem sabe ao sol da esplanada.
terça-feira, 1 de março de 2011
Esta noite vai chover sol
Esta noite vai chover sol.
Não, não é resto de luar.
É mesmo sol.
Dependurei-o no teu varal ao entardecer
Muito mal escorrido...
Para agora poder chover.
Não, não é resto de luar.
É mesmo sol.
Dependurei-o no teu varal ao entardecer
Muito mal escorrido...
Para agora poder chover.
Silêncio
Basta de ruído, basta.
Passeio os olhos pela beira da multidão. Formam uma massa compacta de choros, de risos, de respiração ritmada.
Não consigo adormecer sílabas, quanto mais embalar palavras que se esgueirem pelas sombras dos sentimentos, à pocura do significado de olhar.
E só isso me interessa agora: o significado de olhar. Preso. No compasso silencioso da brandura. De todas as branduras.
Mas não existem branduras, nem sequer nas orlas, das gentes que teimam em passar. Só sons abafados e rudes. Agrestes e desconcertantes.
Passeio os olhos pela beira da multidão. Formam uma massa compacta de choros, de risos, de respiração ritmada.
Não consigo adormecer sílabas, quanto mais embalar palavras que se esgueirem pelas sombras dos sentimentos, à pocura do significado de olhar.
E só isso me interessa agora: o significado de olhar. Preso. No compasso silencioso da brandura. De todas as branduras.
Mas não existem branduras, nem sequer nas orlas, das gentes que teimam em passar. Só sons abafados e rudes. Agrestes e desconcertantes.
Não há duas sem três...ou será que foi o Nuno Rogeiro?
Vi agora as últimas notícias...a Europa está preocupada. E com quê? Pois com o facto do Kadafi (desta vez escrevo assim) ter armas de destuição massiva.
Onde é que eu já vi este filme?
Será que está tudo escondido?
Não seria melhor chamarem já o Nuno Rogeiro?...
Onde é que eu já vi este filme?
Será que está tudo escondido?
Não seria melhor chamarem já o Nuno Rogeiro?...
Cândida Pinto
Já me tinha perguntado onde andaria ela...Via-a hoje, sem maquilhagem exuberante e sem janela protectora. Estava entre a fronteira entre a Tunísia e a Líbia.
Discreta, mas no centro dos acontecimentos, a explicar tudo, numa linguagem clara e calma. Ficámos informados.
Ficamos sempre, quando se trata da Cândida Pinto.
Há repórteres de guerra que fazem toda a diferença!
Discreta, mas no centro dos acontecimentos, a explicar tudo, numa linguagem clara e calma. Ficámos informados.
Ficamos sempre, quando se trata da Cândida Pinto.
Há repórteres de guerra que fazem toda a diferença!
Capuletos e Montéquios
O Senhor K'adaffi (esta é a mais extraordinária das múltiplas formas de escrever o nome de Muamar Cadafi, também deve se possível assim segundo o novo desacordo ortográfico) Conseguiu o impossível : parece que estão TODOS decididos a morrer por ele, lá na Líbia. Já não se via uma coisa assim há uns anos...valentes, creio. Pelo menos desde Shakespeare.
Annie Girardot
Annie Girardot, assídua das longas sessões primeiro no estúdio 444 e depois no quarteto, morreu hoje.
Recordo sobretudo a sua ajuda preciosa em "Les Misérables" os autênticos. E nós, pobres estudantes condenados aos cinco volumes de leitura obrigatória. Uma ajuda em jeito de"resumé" de Lelouch visto, revisto e trevisto numas férias da Páscoa memoráveis. Victor Hugo transportado em mochilas e devidamente "anotado" por Lelouch, à luz da lanterna.
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