Sentei-me direita, de frente para o que brevemente seria passado, a rodar num entusiasmo frenético, num balanço, num balanço e, sem querer, adormeci.
O sonho não o vivi sequer. Ou não me lembro, não sei.
Quando acordei, encarei de frente o mesmíssimo cenário, ou um cenário parecido e foi então que percebi. A viagem estava ali, à minha frente, Feita de passos dados, de sorrisos sorridos, de gentes que nunca voltam.
Sentada ao meu lado, aconchegada
entre o vidro da última janela, na derradeira carruagem, viajava de branco.
Perguntei-lhe o nome, disse-me chamar-se memória. De apelido: travessia.
A fotografia é do Ni Francisco