sábado, 25 de novembro de 2017
Vestes no meu caminho
Rasguei o meu dia
Das vestes, se as havia.
Ao entardecer revesti-me de mim.
Se o dia parar por um instante,
Uma mera ocasião de nada,
O dia me vestirá
De rubro,
E a noite me respirará,
Inteira,
Na ponta de uma espada.
As sombras que me perseguem,
São mudas.
Halos de luz na madrugada,
Espectros do meu caminho,
farrapo que trago comigo,
Aos ombros,
Na estrada.
fotografia: escultura da artista Coreana Seung Mo Park
sábado, 18 de novembro de 2017
Saia de mulher
De repente o céu ardeu.
Ardeu de fumo, sem fogo
De fogo, sem pó.
E a minha saia rodada,
Que se rodava ao vento,
A minha saia rodada,
descompassada do tempo,
Pendurada,
Morta,
Só.
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