Acontecia deitar-se sem se escutar.
Passar todas as vinte e quatro horas, de silêncio absoluto.
Acontecia muitas vezes, deitar-se sem se escutar. Não porque fosse uma escolha.
Sabia perfeitamente, que não era uma escolha.
Deitar-se-ia , assim, numa sepulcral ausência de Si. Sem nenhuma alternativa.
Nem o velho gira discos, que encostara permanentemente, à sua breve história, lhe serviria de alternativa.
Depois de um ou dois dias, era preciso sentar a consciência, no ramo mais alto e deixá-la livre.
O Eco, tomado a pulso, de dentro do peito como um uivo, cederia então, ao ar.
Se o calor da tarde o permitia, subiriam em espiral , os devaneios. Todos os devaneios. Aqueles que se esperam. e os outros: os que se inventam.
Nos dias de inverno, cairiam como flocos, pegajosos e frios, as questões.
-Deixa-me que te pergunte!
-Deixa-me que te pergunte a ti, que és parte intrínseca de mim: o que fizeste da ausência? Essa, que não te permite, agora, sequer, escutar-te?
Onde perdeste tu a distância precisa, entre o movimento de quem anda e, o movimento de quem se contempla?
Não fora a consciência, sentada em cima, e nem um suspiro se ouviria mais. No tempo, todo do teu coração...
Passar todas as vinte e quatro horas, de silêncio absoluto.
Acontecia muitas vezes, deitar-se sem se escutar. Não porque fosse uma escolha.
Sabia perfeitamente, que não era uma escolha.
Deitar-se-ia , assim, numa sepulcral ausência de Si. Sem nenhuma alternativa.
Nem o velho gira discos, que encostara permanentemente, à sua breve história, lhe serviria de alternativa.
Depois de um ou dois dias, era preciso sentar a consciência, no ramo mais alto e deixá-la livre.
O Eco, tomado a pulso, de dentro do peito como um uivo, cederia então, ao ar.
Se o calor da tarde o permitia, subiriam em espiral , os devaneios. Todos os devaneios. Aqueles que se esperam. e os outros: os que se inventam.
Nos dias de inverno, cairiam como flocos, pegajosos e frios, as questões.
-Deixa-me que te pergunte!
-Deixa-me que te pergunte a ti, que és parte intrínseca de mim: o que fizeste da ausência? Essa, que não te permite, agora, sequer, escutar-te?
Onde perdeste tu a distância precisa, entre o movimento de quem anda e, o movimento de quem se contempla?
Não fora a consciência, sentada em cima, e nem um suspiro se ouviria mais. No tempo, todo do teu coração...
MARAVILHOSA! ENGENHOSA PROSA POÉTICA QUE ME TRANSPORTOU AO CUME,AO ÁPICE,ONDE MORAM OS SONHOS! AMEI!
ResponderEliminarObrigada Marcia
ResponderEliminarGosto que tenha gostado.
O silêncio deve permitir que a consciência se sente bem no cimo da árvore, porque só assim ela será totalmente livre,podendo voar tranquilamente pelo mundo fantástico dos sonhos.
ResponderEliminarAté ao fundo de nós mesmos. Lá,onde a fabrica do onírico, trabalha incessantemente.
EliminarObrigada Concha.
Bj
Parabéns! Gostei deste encontro com o silêncio e a consciência.
ResponderEliminarBeijinho.
Um encontro que me é tão necessário.
Eliminarobrigada.
Beijinho
O que fazemos, de facto da ausência...?
ResponderEliminarUma boa reflexão, com perguntas que nos devemos fazer!
Beijos
Obrigada Usa.
EliminarPodemos em alguns casos, tentar tornar presente, a ausência.
Bj
Nunca deveríamos permitir a ausência de nós!
ResponderEliminarNão temos o direito de nos negarmos...
Uma alegoria que nos questiona e inquieta.
Beijos,
Nunca nos podemos ausentar de nós. Sob pena de perdermos a face, no processo.
EliminarObrigada. talvez esteja aqui um tema...
bj
Um belo diálogo de espelhos
ResponderEliminarDiálogos de espelhos, com intermediário de consciência.
EliminarObrigada
Talvez o silêncio seja
ResponderEliminar"... a distância precisa, entre o movimento de quem anda e, o movimento de quem se contempla..."
Num todo reflexivo e profundo,
retive em especial essa poderosa e belíssima conjugação.
Bjo.
Um movimento que necessita obrigatoriamente do outro.
EliminarObrigada
Bj
Você nem sabe pôr as vírgulas, para não falar do resto.
ResponderEliminarDedique-se ao escabeche.
Gosto de cozinhar, sim.
EliminarE compreendo perfeitamente o seu ponto de vista. Só há um ponto de vista, para alguém se dar ao incómodo, de comentar, o que não gosta.
Volte sempre! Faz-lhe bem!