Começou por segurar devagarinho um resto de espuma entre o polegar e o indicador.
Água de um oceano inteiro, para cobrir de afagos...
Os dedos esticados sobre todo esse movimento, embrulhavam agora, cuidadosamente , cada onda, na palma da mão.
Não seria preciso muito, para cobrir de pele um oceano.
Só o tempo necessário da ternura, a embeber toda as lágrimas, mal contidas desse mar.
Nascera assim, desvalido de água. Sem outro contacto que o da areia rude, das falésias agrestes, a arranharem-lhe as vagas.
Por isso se incendiava tantas e tantas vezes, num desespero de vento. Dias inteiros de destemperos, e raivas, galopando em tempestades ruidosas, a assustar quem se atrevesse a chegar-lhe à orla das emoções.
Jazia agora quieto e manso. Num marulhar leve, oscilando entre os dedos de uma só mão.
A linha do horizonte parada, serena, de olhos postos, no sol
A boca entreaberta, a pedir beijos, salgados.
E uma gargalhada, de um mar, em amor de pele.
Uma maneira muito bonita de começar a semana.
ResponderEliminarBoa semana!!
Obrigada Pedro. Boa semana para si também.
ResponderEliminarParabéns por este seu oceano coberto de pele!!
ResponderEliminarAs ondas cobriram-me, das duas vezes que aqui vim, para o ler devagar e calmamente...
Abraço
Sónia
Obrigada Sónia.
ResponderEliminarUm abraço um dia feliz :)
Esta história linda de um domador do mar...
ResponderEliminarUm domador terno e sonhador, que nos faz sorrir a cada parágrafo!
Beijos,
Bom as gargalhadas do mar, rendido, num amor de pele, provocarem sorrisos.
ResponderEliminarObrigada.
Bj
A ternura e a sabedoria do amor a operarem verdadeiros milagres!
ResponderEliminarFico perplexa com a sua criatividade.
Beijos
Obrigada Concha :)
EliminarBj
Lindíssimo!!! e inspirador.
ResponderEliminarObrigada
Isabel
Eu é que agradeço Isabel.
EliminarAinda bem que gostou.
Bj
Um post que me devolveu a paz que procurei durante o dia. Obrigado.
ResponderEliminarDas coisas mais importantes: a paz e a tranquilidade.
EliminarSobretudo quando acabamos mais um dia...que o acabemos serenamente.
Obrigada
Lindíssimo!
ResponderEliminarSaboreei não só as palavras do poema mas também a estética da imagem escolhida.
A hora do pôr-do-sol é o momento do dia que mais aprecio, pelas cores do céu e pela tranquilidade, seja no campo ou no acalmar do bulício da cidade :-)
Obrigada Luís Bonito.
ResponderEliminarO fim do dia é sempre um bocadinho de tranquilidade. Até o vento, normalmente, respeita e faz por acalmar.
Excelente este mergulho tranquilo
ResponderEliminarnum terno mar
em Abril
onde tudo floresce
Obrigada.
EliminarMergulho em mar de ternura, é bonito.
George Sand,
ResponderEliminar... e o mar é tão vasto, são lágrimas de sal, são afagos primaveris que talvez faça recuar a rudeza das areias.
Beijinho e parabéns por esta beleza salgada. :)
Haverá sempre lágrimas.
EliminarHaverá sempre afagos.
As ondas recuarão, perante os dedos
A pele, a obrigar o mar a reinventar-se
Obrigada Ana :)
A pele, o mar, o oceano ou oceanos... Tudo em consonância, na sua vastidão.A pele o nosso maior órgão, o mar, os oceanos vastos a dominarem a terra...As lágrimas, salgadas, com o sabor a sal do mar salgado. Depois a carícia da água salgada na pele, pele com pele...
ResponderEliminarTexto com sabor a poesia, o que não é de admirar. Há por aqui poesia e reinvenção todos os dias, formas novas do emprego da palavra, de saborear a palavra. E aqui o mergulho faz-se de alma e coração, neste laboratório de emoções.
:)
Bj
Olinda
Gostei muito Olinda.
EliminarSobretudo do laboratório das emoções...fiquei a pensar no laboratório das emoções...
Bj e obrigada
muito bem.
ResponderEliminarMuito obrigada Daniel
Eliminar"Não seria preciso muito, para cobrir de pele um oceano..."
ResponderEliminarbasta uma caricia (e a compreensão)para acalmar a raiva das ondas..
belíssimo.
beijo
Penso que sim, que é isso, que acalma oceanos e os faz dobrar cabos de esperança.
Eliminarobrigada.
Bj
um espanto.
ResponderEliminarbeijinhos Filipa
Obrigada Luis.
ResponderEliminarBj