quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Numa Máquina de Algodão


Um dia vou ter uma vida assim.
A rodopiar ligeira numa máquina de algodão.
Afinal, é suposto ter, e eu não sabia.
Uma vida que não se repita
Que não altere
Que não canse
Que não desgaste
Que não chore.

Uma vida cor de rosa,
numa máquina de algodão.
Sempre doce.
Constantemente doce.
Absolutamente doce.
Mesmo quando o açúcar se desfizer,
à velocidade que todos os açúcares se desfazem.

Há uma coisa que nunca vou esquecer: de lavar a máquina e recomeçar
Sempre
Todos os dias,
De um cor qualquer.

3 comentários:

  1. Estas máquinas são tão antigas, que não sei se a vais encontrar!
    Bjs

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  2. Uma vida em azul. :)
    Gostei. É muito bom este poema!

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  3. Anonimo/a,

    Pois e calhar é complicado. Mas ou são estas ou não são nenhumas. Eu não gosto muito de modernices.


    Ana,

    Todas as cores são boas para se viver. Desde que se viva a cores :)

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