sábado, 27 de agosto de 2011

Teoria Contabilística de Alma e (De)coração

Deve dar-se na medida em que se recebe e receber-se na inversa proporção!
Assim à primeira vista, parece bem. Soa ainda melhor e, reflecte sempre uma grande dose de segurança e inerente experiência de vida.
Hoje, mais uma vez, ouvi de mente avisada, atentamente, com os cotovelos apoiados quase no sol e, os olhos navegantes na chávena, onde boiava uma flor que teimava em não abrir, aquilo a que eu chamo de "Teoria Contabilistica de Alma e (de)Coração. (De)Vida, imagino, a qualquer um.
Sim... que não se pode dar só!
Parece claro. Parece simples. E parece que não funciona de todo...mas não gosto de decepcionar uma  amiga à partida. Segura que estava,  desta fantástica mercearia das relações humanas.
Normalmente o que faço é ir mais no sentido prático.
Como? Dois litros de ternura, por um saco de atenção?
Uma garrafa de amizade, por um kilo de companhia e uma pitada de alegria?
E sendo amor, dos verdadeiros? pelo menos o arco-íris, não?
A resposta faz-se esperar...bem, sabes...é preciso contra balançar...
Contra balançar é uma coisa que eu nunca consegui perceber... mas isso deve ser porque estou sempre em deficit... achas que peça um empréstimo? E o que me recomendas o Banco da Esperança ? É capaz de ter uns juros muito em conta...
Lá estás tu...
O sol descia no horizonte e a minha interlocutora tinha acabado o chá. A existência começava a rodopiar-se-lhe numa dança desconhecida...não insisti.
O meu, deixei-o ficar-se pasmado, a demorar o tempo necessário de deixar que a vida, lhe abrisse uma flor...mesmo se com sabor a sal. Sobretudo, se com sabor a sal.



O quadro chama-se "O Retrato de Suzane Bloch" cantora wagneriana, que encerra  a fase azul de Pablo Picasso.



2 comentários:

  1. Olá, George Sand

    Ontem à noite comentei este post, precisamente, uns minutos após a sua publicação. Será que não consegui enviá-lo? É bem natural, ando a lutar com um portátil a que não estou habituada e tem sido um problema.
    Gostei muito desta Teoria.Mercearia das relações humanas, bem visto! Há sempre alguém que retira mais do que aquilo que dá. E gostei da forma como o fez, em prosa,'com os cotovelos apoiados quase no sol e, os olhos navegantes na chávena' E que dizer disto?...' deixar que a vida, lhe abrisse uma flor...mesmo se com sabor a sal. Sobretudo, se com sabor a sal'. Imagética rara...

    Olinda

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  2. Obrigada Olinda pelas suas palavras
    Quanto ao texto...não chegou cá mais nada. Mas este blogger de vez em quando...amua :)

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