São milhares as palavras que lançamos ao vento. Frases desalinhadas. Ditos de memória curta.
Textos de efémero. Traçados a giz, desbotado...
São tantas num só dia, que imagino que só o vento as transporta, ansioso, como sempre é o vento, na pressa corrida de chegar a lugar nenhum.
Palavras e folhas de plátano. Palavras e papeis de rebuçado. Palavras e plásticos amarrotados. Palavras e folhas de jornal relidas, cavalgando unidas por coisa nenhuma...nem ninguém, que as oiça, realmente.
Serão milhares e milhares de sílabas. Compostas. Sobretudo no tempo, da ausência dos gestos.
Esses sim, muito mais escassos e de leitura recta.
Creio que por vezes, consigam alcançar aurículas, ventrículos ou a própria alma. Que não imagino, se leia facilmente, traçada na pressa, de uma diagonal.
Apesar de tudo, gosto de pensar que algumas volteiam no vento carregando sentidos que um dia alguém escutará.
ResponderEliminarCaneta: essas são as importantes. Aquelas que muitas vezes vão para lá das palavras, e se encontram,também nos gestos. Ou pelo menos, se complementam nos gestos
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