Gosto de escrever com silêncios. De viver com silêncios.
Espaçar o tempo com bocados de nada e, de ninguém, que me permitem deixar fluir o horizonte e os sentidos.
Não se pode ouvir o mar com personagens, a não ser as das ondas que chegam apressadas e do vento que revolve a areia por debaixo dos nossos pés.
Não se conseguir organizar as imagens no meio dos pensamentos, a não ser na calma de um sofá meio adormecido.
É preciso a pausa do ruído, para que as sílabas se soltem. Vindas de todos os lados por onde passa a imaginação.
Os outros circulam por ali, por dentro dos nossos silêncios, das nossas palavras, do cheiro salgado da maresia. Muitas vezes ajudam-nos a colocar as vírgulas e os pontos certos. A deslizar tracejados e a inventar parágrafos.
Depois fica-se a olhar devagarinho, a música que nos envolve. Vinda, serenamente, sabe-se lá de onde.
Tão belo este silêncio. Às vezes digo a quem me rodeia:
ResponderEliminar- Deixem ouvir o silêncio...
... e tive quem me dissesse nunca consegue ouvir o silêncio porque há sempre um ruído. O seu texto comprova que há (o) silêncio e ele está na nossa mente! :)
Obrigada por me deixar levar o desafio mas tenho embaraço.
Boa noite!
Um minuto de silêncio em memória do silêncio...
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=nvk0-4uuMOY
Embaraço Ana? Força nisso! :) O silêncio é muito, muito imortante, é revelador. Precisamos desses minutos, desse tempo de quietude. Nunca tinha visto um albúm que o contemplasse, assim tão explicitamente. Mas as orquestras fazem-no regulamente, quando o maetro pega na batuta e demora aquele tempo...suficiente para nos aguçar a inquietude.
ResponderEliminarTambém há quem diga que...
ResponderEliminar«O silêncio é o melhor remédio para todos males.»
Talmude
e/ou que...
http://www.youtube.com/watch?v=hex6IErt9do&feature=player_embedded