Foi o tempo de içar no céu todas as cores, que o vento teimou sempre em derrubar. Uma e outra e outra vez. Até o sol se por, num horizonte de memórias, sem mais imaginação.
O menino baixou os braços, enrolou o cordel e ficou à espera, que o silêncio lhe embalasse os sonhos, feitos de cola e papel.
O silêncio embalou. Embalou , embalou, e do vento uma canção breve...
Não, não vás ainda...
Que o vento teima em passar.
Ciranda nos passos que encontra,
Balouça suspenso no ar.
Das tuas lágrimas faz brisa,
Que orvalha flores ao luar
E espera...
Um dia dançará de cor,
uma dança, devagar,
que permita aos teus risos,
serem sonhados no ar...
E o menino sentou-se com os laços de fita na mão.
(fotografia de Mário Castello)
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