Hoje...é o primeiro dia do resto da minha vida!
Todos os dias o são por esta ou aquela razão. Normalmente ditada pelo destino, ou reescrita por Deus.
Numa fracção de segundos, muitas vezes, as páginas deste livro, demasiado estreito para a nossa compreensão, mudam de cor...as linhas esbatem-se, as letras fogem pela lombadas, os títulos que julgávamos correctos deixam de fazer sentido, os parágrafo mudam de forma, as sílabas contraem-se, as vírgulas reencontram novos espaços. E tudo isso, sem a nossa intervenção.
Tentamos então, realinhar tudo e, sobretudo, não perder a numeração. Recosemos as lombadas, apertamos as vírgulas entre as palavras...mas o livro teima em permanecer cinzento, sem brochura definida, num texto ininteligível, suspenso de frases sem nexo. Continuamos o esforço, desta feita, a reescrever tudo, uma e outra vez, do princípio se for preciso.
Até entendermos que não pode ser assim, não pode ser sempre assim, porque a tinta de que cada um dispõe, é feita de todas as cores, que se vão esgotando...
De repente, olhei para o meu frasco de tinta com atenção e não descobri o azul...
Procurei-o, desdobrando o violeta e o castanho. Afastando o negro e o laranja. Fui encontrar um restinho, amarrotado, no fundo do frasco. Enchi-me de coragem e trouxe-o, preso por uma pinça, com todo o cuidado, para não lhe desmanchar nenhum pigmento.
Está aqui, na palma da minha mão. Muito pequenino ainda, mas cheio de coragem para pintar o primeiro dia do resto da minha vida.
vai ser azul, então!
Gostei muito, George! :-)
ResponderEliminarP.S.: Queria escrever o meu a amarelo...
Qualquer cor é boa Luísa.Importante é que se consiga pintar cada dia. Nem que seja só com um bocadinho de esperança mesmo sem verde.
ResponderEliminare é uma cor bonita, do céu e do mar.
ResponderEliminarLindo!
ResponderEliminar(Pilar)