(imagem do filme "Voando sobre um ninho de cucos" )
Loucos
vimos ao mundo,
E loucos nos deixamos estar.
Mundo que roda sem nexo
E nada o pode parar.
Num eixo vê-se a inconstância,
A avareza e a luxúria,
Penduradas pela anca,
Ao manso corcel de um lampejo,
De quem não tem a certeza,
Nem nunca sabe de cor,
De quem não se passa por si,
Nem pesponta nada, de amor.
De quem numa bandeja se lava,
Em restos de razão maior,
E se vende à beira da estrada,
A quem lhe paga melhor.
Loucos vimos ao mundo,
E loucos, nos deixamos estar.
Sentados sem beira de nada,
Nem eira que nos faça vibrar.
Agarrados às bordas da vida,
Entornados num alguidar,
O que nos cabe afinal…
Dos donos do que resta aqui,
E que por serem reis deste mundo
E de tudo o que mais se avistar,
Só têm uma certeza:
Que nos mandam naufragar!
Loucos vimos ao mundo,
Tão loucos que de sermos tantos,
Fingimos ser sempre ser tão poucos,
Os mesmos…
Sempre os mesmos,
Loucos!
Filipa Vera Jardim
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ResponderEliminar~~~ «Loucos», um poema muito pertinente...
~ Anda a loucura - mais do que nunca - instalada
~~ a todos os níveis: nacional, europeu, mundial...
Parabéns pela primorosa arte eloquente e satírica.
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~~~ Dias felizes. ~~~
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Pois anda Majo, pois anda...
EliminarObrigada
lúcidos, que são os loucos!
ResponderEliminaramei o poema.
beijo
Obrigada herético! Tão lúcido e tantos...e parecem tão poucos.
EliminarUm filme excepcional, com uma interpretação soberba de Jack Nickholson
ResponderEliminarBoa semana
É verdade Pedro Coimbra. Boa semana a Oriente!
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