sábado, 15 de outubro de 2011
Desnorteados
O susto toma conta dos sonhos. Os sonhos destemperaram-se, em quotidianos impossíveis. Insuportáveis.
Para onde então?
Qual o rumo?
A crise, de económica e financeira, a pedir contenção, toma cada vez mais, a proporção do desespero. Imenso e esbugalhado.
Pede-se, pelo menos, indignação...
O suporte vai ruindo. Todos os suportes vão ruindo. Sem que se vislumbrem caminhos. Muito menos certezas.
O pensamento ficou algures, entre a hora do almoço e o pesadelo diário da sobrevivência...
A permanência do quotidiano de ontem, serve-se hoje, fria, em tempos de crise.
Não há psicologia que prepare, para a incerteza total, a cada uma das vinte e quatro horas, que partem à desfilada, por dentro de números e mais números, num galope incessantemente. E, vindo dos quatro cantos do planeta. O mesmo, que um dia, parece que foi azul...
As necessidades tornaram-se absurdas. Senão todas, pelo menos a maioria. Esgotando-se para lá de todo o entendimento...
Parece que os números se insuflaram de vida. Orientando-se a si próprios e a nós mesmos.
Estamos, enfim, reféns. Daquilo que já nem sequer sabemos se queremos. Mas somos, todos, sem excepção, obrigados a consumir.
E a perplexidade a tomar conta dos gestos: autómatos, inexpressivos...
Afinal o que é prioritário? O que é essencial? O que é decisivo?
Há que repensar modelos e reorganizar estruturas.
Levantar as pedras polidas, de cima do desentendimento e recuperar o âmago. Num reencontro...com o SER. Que possa então, reunir as forças necessárias, sejam elas quais forem, por forma a suportar, o querer e o haver, colectivos.
(a imagem foi tirada da internet e pronto!)
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Sermos nós próprios. Sem assessórios. Só nós e, em cada um, um objectivo que é de todos.
ResponderEliminarPois João. Mas para isso é preciso repensar todo um modelo de sociedade. A forma como temos vivido,está-se a esgotar.
ResponderEliminarAs sociedades são feitas de pessoas. Vivem em conjunto mas têm todas as oportunidades para serem únicas. A vida social não impede o trajecto pessoal. Infelizmente a maior parte das comunidades são comunidades de carneiros. Uma carneirada que não pensa, segue, ufa, copia tiques, técnicas, hábitos. Falta personalidade, filosofia, altruísmo... e honestidade.
ResponderEliminarFalta tudo isso João...e uma boa reflexão, sobre esta nossa, cada vez mais, "estranha forma de vida".
ResponderEliminarSobressalto cívico, é isso que se pede.
ResponderEliminarPedro Coimbra,
ResponderEliminarTalvez seja isso que se pede. Mas depois tem que se lhe dar um rumo.