terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Carta à minha memória (II)

Ao Futuro

Minha memória,
Escrevo-te depressa, com medo que o tempo acabe.
Escrevo-te a perguntar do futuro, a ti, que só tens passado.
Dono de idos e acontecidos,
De tantas recordações e de História.
A ti  te rogo me digas,
Na ausência...
Do que vai  acontecer.
Do tempo que não traz recado,
No espaço, que não tem memória.
Procura, manda dizer...
Se amanhã o dia vai clarear consoante o meu querer. 
Ou, se ao contrário, irá chover.
Depois sem vontade, nenhuma  vontade, eu sei. 
trata então de adivinhar. 
De contar tu, esta história....
Passar os olhos pelas imagens que do ponto de partida, 
espreitam na curva da vida.
Olha, se puderes, compra com antecedência o selo 
Não te esqueças, porém...
De jamais, o  remeter.


(a fotografia foi tirada da internet )

Este texto foi originalmente escrito para o Blogue Cartas aos Molhos (palavras aos folhos)



19 comentários:

  1. Uma excelente carta, de apelo à preservação da memória, das coisas idas e da sua projecção em relação ao futuro...

    Um bom dia.

    :)

    Olinda

    Cliquei em 'Cartas aos Molho' e não deu. Voltarei a tentar.

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  2. Obrigada Pedro Coimbra.
    Sempre um estímulo.


    Olinda,

    Exactamente.
    Vamos tendo leituras parecidas, nestas propostas abertas.
    Vou tentar perceber o que se passa com o link. Sou um zero a informática

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  3. Exactamente. O passado permanece, de uma forma ou de outra.
    Obrigada

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  4. Muito bonita esta carta com selo!
    Beijinho.

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  5. E se puderes pergunta também os números do EuroMilhões...
    Um beijinho.

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  6. Prefiro nada saber... porque muito do que poderei vir a saber pode não me agradar.

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  7. mfc,

    Também prefiro nada saber, por isso pedi para não remeter o futuro.
    O euromilhões...
    Obrigada

    Daniel,

    Muito obrigada

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  8. como vórtice - o tempo! ardendo no "tempo perdido"...

    belíssimo.

    beijo

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  9. Obrigada Herético. Talvez seja isso mesmo: o tempo no tempo perdido...

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  10. Bonito!

    George, agradeço o seu voto de Bom Natal, que só agora vi porque me tenho esquecido do blogue, desejando-lhe um Bom Ano.

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  11. Obrigada Cristina.
    Um bom ano também para si

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  12. Passeio pelas ruas dentro de mim e só encontro o passado... Fruto da minha memória ele segue guiando os meus passos num tempo onde o efêmero e o descartável tenta desestabilizar as minhas certezas, mas não me oferece nada confiável e duradouro em que eu possa acreditar.

    Por isso, sou adepta das cartas sem selo. Elas nos dão a ilusão de que o futuro ainda vai demorar um bom tempo... E que o passado, ah! o passado, sempre será um tempo em que éramos felizes e não sabíamos. Bjs

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  13. Também sou adepta de cartas sem selo se remetidas ao passado. Para ver o que o futuro nos reserva de bom, Julieta.
    Bj e obrigada

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