terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Plantações do meio do sono



É muitas vezes assim. No meio do sono. Alguém, ou alguma coisa, resolve plantar-nos ideias.
São palavras,  na sua maioria desconchavadas, que se propõem sobrevoar as nossas camas.
Se está frio, divertem-se a puxar os lençóis. Acordam as interjeições. Fazem deslizar de dentro da fronha da almofada, lembranças.
Corremos a fechar portas de armários, a cerrar gavetas. A única forma de  sacudir a poeira das ideias e, sobretudo, as malditas das palavras, estremunhadas,  que as acompanham numa música perdida na noite, com risos de acordeon. Quando era suposto estarem a dormir.
Não, não as vou regar. Quando muito deixá-las por aí, feitas sementes. A pensarem se um dia se poderão transformar em flores, de imaginação. Caules de criatividade numa esteira de sol. Nunca de breu
E é tudo, de  dentro do sono.

2 comentários:

  1. Prova mais do que evidente que não foi um pesadelo; antes, uma promessa dispersa em pequenas sementes. Quiçá, futuros alicerces de um sonho maior!

    Bom dia.

    ResponderEliminar
  2. Bom dia.
    Pois são sementes que o cérebro vai registando...não vale a pena lutar contra elas.
    Obrigada

    ResponderEliminar