(...) Não sabendo nós nunca onde ele está, é como se estivesse em toda a parte.
O espaço, ocupa-o ele, sobretudo, de cada vez que temos medo, de cada vez que nos encolhemos e não saímos, não fazemos, não permitimos, não agimos na nossa plenitude de humanidade.
O tempo é agora longo e vazio. O espaço imenso que o bicho ocupa confinou-nos a um absurdo onde nada mais existe porque nada mais é importante.
O tempo é agora longo e vazio. O espaço imenso que o bicho ocupa confinou-nos a um absurdo onde nada mais existe porque nada mais é importante.
De todas as nossas rotinas, agora suspensas, ficam apenas aquelas que não nos definem e não nos diferenciam. Somos seres vivos, alimentamo-nos, dormimos e somos apenas isso, diz-nos o bicho todos os dias, do alto da sua omnipresença encapotada.
In"Literatura e Cultura em tempos de pandemia" UCCLA , 2021
Quadro: "Cisnes reflectindo elefantes" Salvador Dali, 1937
In"Literatura e Cultura em tempos de pandemia" UCCLA , 2021
Quadro: "Cisnes reflectindo elefantes" Salvador Dali, 1937
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