Parto depressa. Apesar disso, o tempo escoa - se devagar por
entre cada um dos meus passos. Por causa
do que vivi aqui, presumo. Ou então, por causa do que julguei ter vivido aqui.
Não olho para trás. A mala de mão, pesada, transporta apenas o meu olhar
embaciado.
Não sei quando perdi o resto do meu sorriso, debruçada que vivi tanto tempo, na
balaustrada de um infinito sem nenhum espaço.
Hoje, sem nada, nem sequer o meu sorriso, parto. Muito depressa. Sou apenas
água que estremece e me afoga devagarinho. Muito devagarinho. Uma corrente de
água e a respiração entrecortada pelo vento a anunciar outras paisagens.
Caminharei inteira e lá, onde a travessia se fará passagem, construirei então o
meu lugar.
Gostei deste texto poético.
ResponderEliminarBoa Noite.
Obrigada e volte sempre.
EliminarHá um lugar que é o Lugar!Cada um de nós deverá ter o seu!É como se o Infinito o permitisse,para podermos lá voltar sempre que o chão nos foge.Ali há segurança,o céu é azul
ResponderEliminare a brisa sopra suave!Não convém permanecer lá muito tempo.É como se se perdesse a magia que ele contém.Ali repousamos da viagem,mas não crescemos em conhecinento e sabedoria.Só repousamos!No regresso poderemos ter de atravessar um mar tempestuoso que há que enfrentar.
Podem existir sucedâneos,mas falta-lhes o essencial - a alma!
Exacto!Todos os lugares têm uma alma que de tão súbtil,pode nunca vir a ser perceptível pelos demais.É um tesouro que guardamos ciosamwnte!Ninguém o pode usurpar!
É verdade o lugar é mágico e único. Obrigada Concha. Um bom fim de semana
EliminarUma despedida que transborda sentimentos e sensibilidade.
ResponderEliminarParabéns pela prosa poética.
Beijinhos
:)
http://olharemtonsdemaresia.blogspot.com/
Obrigada pela visita e pelo comentário. volte sempre. Bj
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