sábado, 27 de abril de 2019
O olhar
Espanta-me que não consigas ver sequer o meu olhar…
Um olhar desmesuradamente manso e sem infinito. Como se o lugar se espremesse todo para dentro e arrasta-se com ele as ideias, as lembranças, as possibilidades e o rasto do horizonte.
Lá longe, muito para lá da iris que certamente também não vislumbras, acomodado está todo o meu silêncio.
Não vês o olhar, não vês a iris, nem sequer a mácula que transporto imutável desde o dia em que nasci.
Sei que por isso, nunca mais me amanhecerei e isso basta-me.
Sei ainda que tu nunca irás entardecer e isso conforta-me.
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