Não se percebia muito bem da porta, quantos passos se teriam que dar, para ultrapassar toda a realidade, rodar a maçaneta aos sonhos e, desembocar numa passadeira, sem vivalma.
Mandava então parar o tempo, aquietar o espaço e seguia.
A viagem era sempre a da existência. Sem destino preciso e sem direcção definida.
Guiava-o uma bússola, que herdara do seu avô. E um marca-passos, amarelado, de vitrina partida e ponteiros seguros por um elástico, que lhes permitia contar a vida, segundo, a segundo, por uma boa parte da eternidade.
Todos os dias percorria sozinho, uma boa parte da eternidade.
Não havia esperança nem contemplação, na viagem.
As bermas permaneciam inertes e a paisagem, permanentemente indefinida.
Depois de horas de repensar o que o levava. Passava outras tantas horas, a ensimesmar-se, sobre o que o traria.
ainda hesitou, por um dia, desviar-se. A causa, foi um pequeno murmúrio, que pareceu ouvir, do fundo do coração...
Convém sempre ter um instrumento de orientação, talvez seja mais importante se tiver sido herdado.
ResponderEliminarDepois há murmúrios que fazem toda a diferença,sempre vibrados em tons fortes.
São os murmúrios que fazem a diferença Concha. E é preciso saber escutá-los.
Eliminarobrigada
Bj
Esse murmúrio disse-lhe que afinal estava vivo e que o caminho era para continuar...
ResponderEliminarBeijinhos,
Obrigada.
EliminarTalvez o caminho, seja mesmo para continuar.
vibração dolente de ave ferida.
ResponderEliminarredentor "o pequeno murmúrio"...
gostei muito.
beijo
Obrigada herético. É só mesmo um pequeno murmúrio, no meio da vibração.
EliminarBj
"Todos os dias percorria sozinho, uma boa parte da eternidade".
ResponderEliminarNascemos sozinhos, morremos sozinhos e quantas vezes, de facto, vivemos sozinhos momentos de eternidade...
Muito bonito!
Obrigada Lídia Ponti.
ResponderEliminarÉ verdade que nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e vivemos sozinhos muitos momentos de eternidade.Outros: compartilhamos.
Que merda
ResponderEliminarsequesrado no paraíso
não sou livre
Nunca somos totalmente livres.
ResponderEliminarMas devemos lutar pela felicidade
Não sei se conhece
ResponderEliminarhttp://beq.ebooksgratuits.com/vents/Dostoievski-Sand.pdf
Cumprimentos
Lídia.P
Vou ver Lídia Ponti.
ResponderEliminarObrigada
George Sand,
ResponderEliminarUma bússola, um mapa, uma mala cheia de sonhos e talvez o murmúrio se torne mais dissipado.
Uma viagem feliz (a pensar nas férias)
Beijinho. :)
Obrigada Ana
EliminarSerá uma mala, do tamanho do arco-íris.
Beijinho e umas boas férias, também para si
A eternidade é um conceito imperfeito
ResponderEliminaruma fissura no tempo
"um pequeno murmúrio"
Bjo.
Pelo tempo que nós quisermos
ResponderEliminarObrigada.
por vezes os murmúrios (do coração) mudam tudo.
ResponderEliminarbelo texto.
um beij
É verdade. É sempre no limite do quase inaudível...que se consegue dizer tudo.
EliminarBj e obrigada Beatrice
murmúrio
ResponderEliminar( bonito )