quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
No patamar da sua existência
Era difícil entrar em casa, com a memória assim, escancarada de fresco.
Rodar sete vezes a chave que trazia ao peito, desde que nascera, parecera-lhe sempre, uma tarefa improvável.
Sete vezes dissera-lhe sempre a mãe, antes de morrer. Sete vezes…para o lado de onde te soar o teu coração.
E as escadas a galgarem-lhe o pensamento.
E, as portas que rangiam de encontro aos sopros que vinham do quintal.
O coração a sobrepor-se, numa linha imaginária, que se estendia pela sombra dos ombros, até ao patamar maior da sua existência…
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"casa onde nasças, mundo quanto vejas..."
ResponderEliminarvibrantes memórias!
Construímo-nos, a partir de memórias. Como se fossem desenhos. Vibrantes desenhos, de errantes memórias.
EliminarBj e obrigada herético
Sete, um número mágico...
ResponderEliminarBom fim de semana!
Nada é escolhido ao acaso...Bj Ana
EliminarQue coragem é necessária para rodar a chave assim sete vezes...
ResponderEliminarSete vezes para ter a certeza que se rodou mesmo...o que era importante, rodar.
EliminarObrigada Isa Bj
Muito bom.
ResponderEliminarObrigada.
EliminarQue pena ficar por aqui.
ResponderEliminarLi sete vezes, pedindo sete vezes sete mais. Queria entrar, na peugada da sombra, pela casa dentro, ouvindo o soar daquele coração, o sopro do coração, os sopros que vinham do quintal e todos os sopros e desabafos duma memória assim, escancarada de fresco.
Belíssimo texto, sem dúvida.
Com um ramo de :-)
Obrigada.
EliminarNão vai ficar por aqui. Este é só princípio...
Muito bonito este texto: tão poético, tão enigmático!
ResponderEliminarObrigada. O enigma é sempre o que o leitor acrescenta.
Eliminarshort story ou mini conto, tanto um como outro estilo está muito bom.
ResponderEliminargostaria de o ter convidado na Amante das Leituras
Obrigada.
EliminarIrei ver o seu blogue.
Sete fadas me levaram
ResponderEliminarSuavemente num sonho
Em três lagos me banharam
Num ambiente risonho
Em nove bosques me sararam
Dançaram-me ao luar.
Dum sonho me acordaram
Profundo, feito mar
Depositaram-me no orvalho
Sobre violetas em molhos
À nona semana renascia.
Ao abrir os olhos,
numa manhã de poalho
Eras tu que eu via
Dei-me ao mundo com amor
Mas o mundo me tragou.
Dei-me a ti com alegria
Dei-me ao amor que te roubou.
Bebeste-me em cálices de pedra!
Lindo. Obrigada Bartolomeu.
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