Poderia ficar assim, indefinidamente, encostado à ombreira da sua existência.
Uma porta entreaberta garantia-lhe alguma paisagem, do que fora, sem que os passos se afligissem em demasia, na borda do degrau.
Lá dentro, os silêncios eram absolutamente contornáveis.
Respiravam as janelas, ainda. Uma brisa esquecida, de ontem, no quarto dos fundos. De sempre, na sala que tinha ao canto a mesinha baixa, com todos os retratos. Lembrava-se de cada um e, eram doze e mais oito.
Doze, do tempo que passara à justa, por sobre a felicidade.
Oito, na medida do esquecimento...
Garantiam-lhe todos os verbos, agora, que mais um passo naqueles degraus e haveria de ser diferente...
Excelente.
ResponderEliminarMuito obrigada.
EliminarNada a acrescentar, a não ser que continua a ser excelente poder lê-la.
ResponderEliminarBjo com gratidão.
Obrigada Concha. Espero que mais do que me ler, se leia.
EliminarÉ uma escrita que não me pertence.
Bj
Degrau a degrau
ResponderEliminarum atrás dois em frente
e por vezes parar
para ver como se anda
Nunca os percursos se fazem, delineados.
EliminarObrigada
Por vezes é mesmo nessa ombreira que nos sentamos. Gosto muito de ler estas tuas reflexões. Parabéns pelo blog e continua (que eu continuarei a ler :) )
ResponderEliminarBeijo, bom fim de semana
Muito obrigada Isa.
EliminarBj e bom fim de semana também para si.
Contudo, guarda o sujeito entre dois braços cruzados de adjectivos procurando, em vão, um complemento direto, um complemento indireto:
ResponderEliminarO quê?
A quem?
Gostei muito. Os silêncios são mesmos contornáveis mas, por vezes, há que parar e escutá-los.
Com um ramo de :-)
Parar para contornar silêncios...é no fundo, dar-lhes voz. E muitas vezes os silêncios são interpelantes. Muito mais, do que as palavras.
EliminarObrigada, volte sempre.