segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Valsa de máscaras sob o céu de Tépsis
Começaremos a noite, com um olhar penetrante, num abismo rendilhado. Intransponível, entre a minha imagem resguardada. E, o teu silêncio prometido.
Doze serão as valsas a completar a nossa paisagem. Num compasso mais que necessário.
Nem menos um passo. Nem menos uma nota. Nem menos uma gargalhada contida.
Rasgaremos assim o tempo, devagar, num soberbo espectáculo, antecipado, de nós. Sob o céu estrelado de Tépsis...
No tempo próprio. Antes do naufragar das estrelas, pela orla breve do amanhecer, cairão as máscaras. Todas as máscaras. Sejam elas, de rasgos de papel, tecidas de pasmo, enfeitadas em tinta, ou temperadas no ferro.
Uma e depois a outra. Ou uma, sobreponível à outra.
Imagens distorcidas, já sem espelho. Vazias.
Alcançado, agora somente pela tua mão, estará o meu sorriso. Ou, se preferires, pela mão de Adónis. Para assim, deslizares sereno, junto ao canto da alma e, te embriagares de mim.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Pois, que as máscaras se desnudem sob o nome de Tépsis, que uma a uma sejam tiradas lentamente para que antes do amanhecer surja o belo Adónis e ganhe o seu sorriso.
ResponderEliminarParabéns pela beleza do texto muito apropriado a esta época carnavalesca.
James Ensor poderia estar aqui presente.
Beijinho e bom Carnaval.
Todo o texto denota uma sensíbilidade que ultrapassa de longe o real e que se abre ao simbólico, fazendo antever vidas despidas de tudo embora aparentemente sem mácula.Há máscaras que nunca caem e outras que num esgar de sofrimento,se desfazem para que finalmente possa surgir toda a beleza oculta de uma alma.
ResponderEliminarUm beijo com gratidão pelo que partilha aqui.
A beleza a escorrer pelas palavras...
ResponderEliminarBeijo :)
Ana,
ResponderEliminarDeixei aqui de lado a solidão, tão patente nas máscaras de Ensor, propositadamente. Quem sabe ainda faço um texto para uma máscara de Ensor...no final do carnaval. Será uma máscara diferente. Vamos ver.
beijinho e obrigada.
Concha,
A alma e as máscaras, sempre de mão dada. Ou quase sempre...
A partilha entre quem escreve e quem lê, faz da blogosfera um sitio muito especial.
Há quem diga que é efémero. Mas quantos dos livros que se publicam e se compram, são efectivamente lidos? Às vezes dou comigo a questionar-me...
Bj e obrigada pelas suas amáveis palavras
Obrigada AC
ResponderEliminarFico contente por gostar :)
Um texto que fala de amores e de encontros combinados... e do momento lindo em que ele se desenrola!
ResponderEliminarmfc,
ResponderEliminarQuase tão interessante como escrever estes textos é ler as leituras que deles se podem fazer.
Pode ser um encontro combinado, sim, ao compasso da queda das máscaras, pela mão de Adónis.
Obrigada
Muito bonito! Goso tanto dessa frase curta e forte, poética, certeira. Obrigada.
ResponderEliminarLicinia Quitério,
ResponderEliminarUm elogio vindo de quem vem.
Eu é que agradeço.
um texto belo e actual ao momento que decorre.
ResponderEliminarbem escrito e com acabamento a ouro.
um beij
Obrigada Piedade Araújo Sol.
ResponderEliminarUm texto de máscaras, no tempo das máscaras...cada vez mais.
excelente texto.
ResponderEliminarde uma beleza pagã e pura...
beijo.
Obrigada Herético.
ResponderEliminarGostei da beleza pura :)
E... passado o tempo de descobrir as máscaras e de despir as diferentes perssonagens... ficaremos nús e apeados da carroça de Téspis?
ResponderEliminar;)
gostei.
ResponderEliminar... e um dia ... sem máscaras...
ResponderEliminarestaremos nus à pergunta de nós
e do carnaval
Bjs
Bartolomeu,
ResponderEliminarPossivelmente ficamos. E aí teremos que nos confrontar connosco e com o outro :)
Daniel Santos,
Obrigada
Mar Arável,
No dia em que caiem as máscaras...e elas caiem sempre ! :)