Não te vejo escrever. Mas sei que passeias os olhos pelo écran, à procura da sílaba tónica. Irás depois, cuidadosamente inseri-la nos espaços correctos. Assim te assistam todos os minutos da imaginação.
Ponteiros feitos de dedos esguios, recortando quotidianos e reinventando paisagens.
Não consentes que as vírgulas fujam, de susto ou de espanto.
Que os pontos finalizem o que ainda há-de ser escrito.
Que as interjeições se acomodem.
Que os travessões se atravessem Sequer na serenidade, onde não é suposto estar mais do que o mostrador deserto. Quando muito, ponteado de uma ou outra estrela. Vírgulas indefinidas. Ainda sem rumo, na viagem de um texto.
Aos poucos, a escrita tomará forma de gente. Ou de rodas dentadas de palavras, enrodilhadas em silêncios, a fazer-te correr, de página em página. De capítulo em capítulo. Numa frenética revisão: do espaço e da memória.
Um dia dirão: aqui esteve, um relojoeiro de palavras em princípio de noite...
Magnífico. Parabéns!!!
ResponderEliminarJoão Afonso Machado,
ResponderEliminarobrigada!
Gostei muito do texto, é muito original e criativo.
ResponderEliminarParabéns!
Obrigada Ana :)
ResponderEliminargostei muitíssimo
ResponderEliminarMuio Obrigada Isabel. Volte sempre
ResponderEliminarUm texto fabuloso! Já vi que aqui consertam-se relógios...
ResponderEliminarObrigada.Aqui consertam-se. Mas há quem os construa...os grandes relojoeiros!
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