Não iria ser poeta. Jamais iria ser poeta.
O tempo das palavras delirantes, angustiadas, desarvoradas, arrumadas por linhas e linhas de angústia e sofrimento, não faria sentido...faria com que não fizesse sentido.
Uma boa noite de sono. E as palavras surgiriam tão serenas como os dias. Ou muito mais serenas, ainda, do que os dias. Numa constância de parágrafos desassombrados, ao encontro de enredos mais ou menos expectáveis.
Não, não iria nunca ser poeta. Passar o tempo a semear palavras que depois exigiriam monda e regadio.
Dias e dias de emoções, a gear em cima de estrofes. De chuvas de medos, torrenciais, a derrubar rimas. De seca...de seca...de seca...num movimento ritmado do pó do tempo, que abafa a memória e deixa a história quase toda por contar...
Não não iria ser poeta. Os dias sofridos em substantivo. As noites passadas em verbo...
Respirou suavemente, todas as sílabas de que se lembrou. Que transportavam um ar puro, levezinho.
Encostou-as à janela e deixou-se escorregar para um sono sem memória
De manhã, não se lembraria de nada...
muito bonito. parabéns!
ResponderEliminarAdorei este texto poético... sonhado... inspirado... sentido!
ResponderEliminarUm post lindo que nos faz sorrir de prazer.
Anónimo/a,
ResponderEliminarObrigada
mfc,
Obrigada. Ainda bem que gostou.
Talvez ser poeta seja um desígnio insondável
ResponderEliminarcomo um verso imprevisto
Bjo.
Filipe Campos Melo,
ResponderEliminarBonito comentário. Fica esse verso imprevisto...
Obrigada
palavras orvalhadas pela noite.
ResponderEliminarcolar de palavras (ou pérolas) escorrendo por entre dedos. suaves e belas
beijo
heretico,
ResponderEliminarBonita a imagem do colar de palavras.
Obrigada :)
palavras semeadas na noite e que o vento não as leva no dia.
ResponderEliminargostei muito.
um beij
... e assim se julga em liberdade
ResponderEliminarObrigada Piedade A. Sol.
ResponderEliminarBj
Puma,
A liberdade das palavras a contrastar com os grilhões da imagem...ou talvez não...
Obrigada
Acho que não escapará ao fado de ser poeta... E ainda bem para nós! :)
ResponderEliminarBjs
Obrigada Isa. :)
ResponderEliminarÉs-me Poeta, substantivo próprio à beleza de teus/nossos versos.
ResponderEliminarBeijos.Me
M,
ResponderEliminarA poesia não é, efectivamente, uma escolha.
Obrigada
George Sand,
ResponderEliminarMuito belo este texto... um oásis no deserto em que às vezes nos tornamos.
beijinho. :)
A vida sem poesia é um deserto
ResponderEliminarmas nos desertos há vida
Ana,
ResponderEliminarEspero nunca me tornar num deserto. Tento fazer por isso.
Obrigada.
Bj
Mar Arável,
Também gosto da vida, colorida com poesia
Obrigada