Desceu de novo, até lá, aos confins do horizonte, onde as lágrimas escorrem dos rochedos, com medo de quase tudo.
O espaço vazio fazia adivinhar a lonjura de mais um tempo vazio. Ou cheio de angústia. Ou cheio de medo. Ou cheio de raiva. Ou cheio de fúria. Ou cheio de vontade de destruição. Ou cheio de si.
Com os braços quase rasgados puxei uma uma, as ondas que teimavam em não subir, o areal feliz. Uma a uma, desde o tempero do sal, à transparência de cada gota. E uma a uma me escorregaram, levadas pela maré.
Hoje percebi porquê: não havia preia-mar.
Possivelmente nunca houve preia mar. Só nos meus sonhos de mar largo, em riso azul, teimei em inventar esse redondo cheio de vida, que se entorna em ternura, em cada silêncio, em cada gargalhada, em cada fotografia deambulada no cais.
Não havia preia-mar...
Muitos sabiam disso. Quase todos. Só eu, não percebi...porque teimei em a inventar e reinventar até ao soluçar compassado, da fonte e da foz.
Quando não há preia-mar, referesca-se a vida na maré vaza...que tem o dom de pôr a descoberto outros encantos.
ResponderEliminarOxalá assim seja Luísa.
ResponderEliminarPor vezes não vemos a preia-mar porque adormecemos, ela vem e vai e deixa-nos silenciosamente.
ResponderEliminarA Luz A Sombra: Talvez, por instantes. Instantes de preia-mar
ResponderEliminarFaço minhas as palavras da Luisa..."refresca-se a vida na maré vazia...que tem o dom de pôr a descoberto outros encantos."
ResponderEliminarPor vezes a preia-mar é fugaz.Não se vê mas sente-se.
ResponderEliminarMuito bonita esta produção! :)
Obrigada Fernanada. Quem sanbe não se areegaça as mangas outras vez :)
ResponderEliminarAna,tem razão a preia mar é fugaz...cabe-no a nós tentar apanhá-la outra vez
Bem eu ontem estava mesmo anestesiada (ver comentárioa de mim mesma acima) e com a minha disléxia num patamar próximo do Mandarim. Descupa Fernanda.
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