segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Barcos na cidade grande



Não havia areia branca por aquelas paragens. Só um fio de luz ténue que lhes embalava o corpo desvairado em marés negras das fábricas e dos turnos.
Uns após outros,  os turnos,  carregavam-nos de  inconstâncias, muitas vezes amarradas  à amurada e a medo.
No fim do dia, pousavam de costas para a cidade grande. E , a balouçar, de maré em maré, adormeciam...


Fotografia do fotógrafo Pedro Soares de Mello

14 comentários:

  1. A lagoa de Óbidos oferece sempre a quem serenamente nas suas margens se senta e procura reconher nos contornos e nas cores dos céus; os sinais evidentes de que a existência humana é afinal o resultado de um conjunto de emoções.

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    1. Conheci tantos contornos da lagoa, como emoções. Eles vão-se redesenhando Bartolomeu.
      Obrigada

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    1. Talvez por isso mantenham sempre uma pequena distância da terra firme...
      Obrigada

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  3. Tantas vidas em que a única luz que ilumina o caminho é só mesmo um fio...!Oportunidades perdidas?Muito que se traz como herança?Decisões erradas?Algo a que não se consegue escapar,mas se vai integrando sendo possível navegar à bolina, até que os ventos sejam favoráveis?

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    1. Entre o destino e as encruzilhadas. as escolhas e o que nos é "imposto".
      Bj Concha e obrigada

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  4. barcos em contra ciclo de ,marés...

    beijo

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    1. têm um ciclo próprio, os barcos. e todos os que neles embarcam
      Obrigada herético

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  5. ...ondular de desejos, em marés sempre novas. E recortam-se novos desenhos. Cada um seguidor do outro. mesmo que não anterior.
    Belo, pois.

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  6. Haja uma réstia de luz...

    Um Feliz Natal!

    Bj

    Olinda

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  7. Saudades de a ler!Beijo Filipa.

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