sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

No primeiro côncavo, da sua vida


Vivera uma geometria anexa.
Começara num plano mais ou menos oblíquo, para se tornar aos poucos em linhas. Rectas e horizontais. Dias que começavam num momento e acabavam, sem nenhum sobressalto, no fim do raio. Fosse ele, de que tamanho fosse...
Com o tempo, a perpendicularidade.
Um dia, num acaso, de uma janela mal fechada, a verticalidade a assombrar-lhe, uma nesga de existência.
Construiu alguns cubos, a partir daí. Que guardou sigilosamente, dentro de si.. Paralelepípedos  nos dias sem grande historia e muitos sólidos, ao longo de toda a vida.
Sempre que havia necessidade de construção, reinventava tetraedros.
Só não ousou nunca uma curva.
E agora, que a  história lhe pede...o primeiro côncavo, da sua vida?



31 comentários:

  1. E agora?
    Será a hora de ousar a curva?
    Em tempo de Natal reflectir!

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    1. As curvas, na vida, ou se ousam...se transformam rapidamente nas mesmas linhas de sempre.
      Obrigada e volte sempre

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    1. Não me tinha lembrado do mar, aqui. Mas pode ser. Qualquer um dos elementos é estrada.
      Obrigada

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  3. Terá de seguir em frente,arriscando-se nas curvas e contracurvas,pois só assim encontrará o verdadeiro sentido da sua vida.

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    1. Terá de seguir, inevitavelmente. Se e em frente, ou não... Obrigada Concha. Bj

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  4. Bom dia Filipa!
    Com amizade, mesmo se não a conheço,desejo-lhe um Verdadeiro Natal na sua vida,com tudo aquilo que a poderá fazer feliz.
    Beijinho
    Concha

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    1. Muito obrigada Concha.
      Já nos vamos conhecendo...por aqui.
      Um feliz Natal para si também.
      Beijnho

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  5. Desejo-lhe óptimo Natal e de feliz ano novo!

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    1. Muito obrigada. Um feliz Natal e um bom ano, para si também.

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  6. Um texto um pouco hermético, surpreendente, ainda não me conquistou. Tenho que o ler segunda e terceira vez.
    Festas Felizes!
    Não pude passar antes do Natal mas ainda é Natal, não é?
    Um beijo.
    Ana

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    1. É sempre Natal Ana.
      Apontamentos geométricos que podem dar outros textos...
      Bj e um bom ano para si.

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  7. Pois é, a vida assim é, pede-nos coisas inesperadas, em momentos inesperados...e há que responder ao desafio, sempre!
    Gostei muito desta geometria!

    Deixo também os meus votos de um Feliz Ano Novo!

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    1. Obrigada Isa. A vida pode ser geométrica sim. De muitas formas...creio. Mas isso, fica à sua imaginação.
      Bj

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  8. Estranho... para quem sempre viveu numa concha. Que eu saiba, aquelas não são poliedros.

    Os meus votos de um ano novo cheio de saúde.

    Com um ramo de :-)

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    1. É verdade. Viveu sempre uma concha...sem uma única curva.
      é de facto estranho...as conchas têm sempre curvas.
      Se calhar foi uma concha em forma de caixa :) Será?
      Um feliz 2013

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    2. Uma caixa... hummm... sim, talvez. Onde existe cantos para se esconder/proteger.

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  9. A minha amiga está a tecer a verdadeira poesia...

    Um abraço e um Bom Ano com saúde e satisfações

    João

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  10. A linha recta que nos intersecta
    O verso em forma oblíqua (como prosa)
    E a geometria anexa da palavra incerta

    Um comentário (em curva) a um texto poético
    com uma profundidade imensa e intensa
    que cativa e seduz

    Muito bom.

    Bjo.

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    1. Obrigada Filipe Campos Melo.
      Compreende esta prosa incerta, de versos desalinhados.
      Bj

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  11. FELIZ ANO NOVO!:)
    Beijinho e desejo que realize todos os projetos futuros.
    Ana

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    1. Um bom ano Ana.
      Os projectos vão-se desenhando...
      Beijinho.

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  12. Bela metáfora, essa da geometria da vida.

    Um 2013 com saúde e muita alegria.

    Bjs

    Olinda

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    1. Obrigada Olinda. Um bom ano, geometricamente imperfeito...para dar lugar a todos os sonhos
      Bjs

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  13. ousar a curva, na geometria do Desejo...

    sem secantes...

    belíssimo.

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  14. Gostei imenso.Muito bem escrito. Permita-me que lhe deixe um beijinho. E obrigado. Uma boa noite

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